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Zara coloca modelo com sardas em campanha - e os chineses não gostam

Marca sofreu críticas por trazer modelo com pele sem retoques em campanha de maquiagem

A modelo Jing Wen em campanha para a Zara na China: polêmica sobre sardas (Weibo/Zara/Reprodução)

A modelo Jing Wen em campanha para a Zara na China: polêmica sobre sardas (Weibo/Zara/Reprodução)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 21 de fevereiro de 2019 às 12h13.

São Paulo - A gigante da moda espanhola Zara enfrenta uma crise na China por um motivo bem peculiar: sardas. A polêmica começou após uma campanha com a top model chinesa Li Jingwen, uma das mais famosas no país.

Li Jingwen, que usa o nome Jing Wen nas passarelas, posou para uma campanha de maquiagem. Nas fotos, não há retoques e Jing aparece com sardas no rosto.  Foi o suficiente para atrair a ira de muitos chineses.

Após a marca postar a campanha na plataforma Weibo (espécie de Twitter chinês), ela passou a receber críticas agressivas. Para os chineses, uma pele branca, pálida e totalmente lisa, sem sardas, é considerada o padrão de beleza ideal para as mulheres. No país, são comuns os produtos para "embranquecer" a pele e cremes para "remover sardas".

Muitas das críticas diziam que a Zara estava desrespeitando e discriminando os chineses ao oferecer uma imagem da mulher chinesa que não é elogiosa nem real. Outros usuários comentaram que as mulheres chinesas simplesmente não tinham sardas e que a Zara devia ter "se esforçado muito" para encontrar Jing.

Alguns usuários, contudo, saíram em defesa da marca e da modelo, elogiando o fato da marca usar uma foto sem muitos retoques e trazendo uma estética mais realista.

Post da Zara no site Weibo: campanha na China gerou polêmica sobre saradas

Post da Zara no site Weibo: campanha na China gerou polêmica sobre saradas (Weibo/Zara/Reprodução)

A polêmica viralizou no Weibo, gerando mais de 55 mil posts e 500 milhões de cliques.

A mídia estatal chinesa saiu em campanha a favor da Zara. Em editorial, o jornal China Daily disse que as críticas mostravam "falta de confiança cultural" e dizia aos leitores para não serem "tão sensíveis".

Já o China Youth Daily disse que, no Ocidente, era normal na estética mainstream que houvesse um "número apropriado de sardas".

Um representante da Zara disse à imprensa chinesa que a foto mostrava o rosto natural de Jing e que não havia retoques. A própria modelo, no passado, já falara sobre suas sardas e disse que, no ensino médio, fazia de tudo para cobri-las. Demorou para que ela abraçasse suas sardas e não as escondesse.

Jing já trabalhou com muitas marcas ocidentais, como Prada, Calvin Klein e Tommy Hilfiger.

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