Marketing

Washington Olivetto, o Pelé da mídia tradicional

Ele, melhor do que ninguém, unia a elegância da publicidade bem-feita com o pulso da população brasileira. Por isso o clichê do título

 (Mychal Watts/Getty Images)

(Mychal Watts/Getty Images)

Marcelo Tripoli
Marcelo Tripoli

CEO e Fundador da Zmes

Publicado em 13 de outubro de 2024 às 19h21.

Última atualização em 13 de outubro de 2024 às 20h35.

Tudo sobreWashington Olivetto
Saiba mais

Quando eu estava na faculdade de comunicação, fui convidado para uma festa. Era uma festa da W Brasil, a agência do Washington Olivetto na época. Ele fez uma festa gigantesca com show do Jorge Benjor no estádio da Portuguesa. Era uma festa superdisputada e, obviamente, o Washington era a referência para quem trabalhava com publicidade.

Washington, para mim, foi o Pelé da publicidade na era da mídia tradicional, a mídia baseada em televisão e impressa. É um clichê, sim, mas para isso servem os chavões: popularizar um conceito, dar alcance a uma ideia. E disso ele entendia.

Ele, melhor do que ninguém, conseguia unir a elegância da publicidade bem-feita e bem produzida com o pulso da população brasileira. Ele entendia o que as pessoas gostavam e como se conectar com elas.

Não existiu nenhum publicitário formado na década de 90 que não se inspirou no trabalho dele com Garoto, Bombril, Valisère, Meu Primeiro Sutiã, entre outras campanhas. Ele foi um marco na publicidade, inspirou muita gente e era um talento nato, com uma capacidade incrível de criar. Sua perda é enorme para a comunicação.

Conexão com a cultura popular

A publicidade mudou muito desde então. O sucesso do Washington aconteceu em um momento em que a publicidade era muito diferente do que é hoje. Mas acredito que uma coisa não muda na propaganda: o talento criativo, a capacidade de ter ideias novas e de encantar as pessoas, de fazer com que as ideias virem cultura popular.

O Jorge Benjor criou a música "Alô, Alô, W Brasil". Isso mostra como o Washington era conectado com a cultura popular, com o que movia a população e fazia as marcas venderem mais. Ele era consultado por presidentes de empresas, CEOs, que o consultavam sobre expansão, abertura de fábricas.

A notícia de sua morte mostra que estamos perdendo uma pessoa que marcou para sempre a publicidade e cujo impacto vai durar por muitas gerações. As pessoas continuarão estudando Washington Olivetto para entender como conectar marcas com consumidores.

Acompanhe tudo sobre:Washington OlivettoPublicidadeCulturaPelé

Mais de Marketing

Washington Olivetto: publicitários repercutem a perda do maior de todos

Washington Olivetto: relembre 5 propagandas emblemáticas do gênio da publicidade brasileira

Washington Olivetto, criador do 'Garoto Bombril' e da 'Democracia Corinthiana', morre aos 73 anos

‘O futuro da nossa indústria é personalização’, diz diretor de marketing do McDonald’s