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Uso de 'ad blocks' aumenta e gigantes pagam pelo desbloqueio

Empresas como Amazon e Google já pagam para desbloquear os serviços que oferecem justamente o bloqueio das propagandas


	Bloqueio: empresas estão pagando para programas desbloquearem os seus anúncios
 (Robert Linder / SXC)

Bloqueio: empresas estão pagando para programas desbloquearem os seus anúncios (Robert Linder / SXC)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 4 de fevereiro de 2015 às 12h57.

São Paulo - Existem os anúncios. E os programas que bloqueiam os anúncios. E as empresas que desbloqueiam os bloqueadores de anúncios.

Essa é a confusa realidade atual da internet. Recentemente, o jornal Financial Times reportou que gigantes da internet como Google, Microsoft, Amazon e Taboola estavam pagando fortunas ao dono do programa Adblock Plus para desbloquear os anúncios antes bloqueados.

Segundo a reportagem, 30% dos "ganhos adicionais" estariam sendo pagos ao Adblock. Por ganhos adicionais entende-se os ganhos gerados depois do desbloqueio do programa.

O Adblock é a mais popular extensão de browser do tipo que existe atualmente. Ele bloqueia todos os anúncios da internet que aparecem nas páginas que o usuário acessar. Já foi baixado mais de 300 milhões de vezes. 

Gratuito, diz que bloqueia banners, pop-ups e vídeos. A Eyeo, empresa alemã dona do Adblock Plus, diz que há 50 milhões de usuários ativos mensalmente.

Ameaça

Para as grandes empresas, claro, o bloqueador de anúncios é uma ameaça. Grande parte da receita de empresas como Google e Facebook vêm da propaganda.

E como Google, Microsoft e Amazon estão contornando isso? Tentando se passar por "outro tipo de anúncio".

Se o usuário do Adblock entrar nas configurações, ele pode bloquear todos os anúncios da internet, sem restrições. 

Mas o programa mantém uma lista chamada de "whitelist", que permite a visibilidade de poucos anúncios. Para entrar nessa lista, as propagandas precisam ser "aceitáveis". O critério do programa: se o anúncio é transparente sobre o fato de ser um anúncio; ou se ele aparece em certo momento sem atrapalhar o usuário e o conteúdo da página.

Aí entra a manobra: a "whitelist", gratuita, é reservada a pequenos sites e anunciantes. Agora, gigantes como Google estão pagando uma taxa para entrar nessa lista especial e ganhar a ressalva do programa, fugindo do bloqueio.

Os usuários ainda têm um poder nas mãos. Se eles quiserem, podem ir até as configurações e desmarcar a opção "Permitir anúncios não-intrusivos". Assim, bloquearão até mesmo as propagandas da "whitelist".

Outra opção é "denunciar" alguma propaganda que aparecer, dizendo que não é do tipo "aceitável".

Ao Business Insider, o porta-voz da Eyeo/Adblock, Ben Williams, disse não saber nada sobre a informação de que as empresas estão pagando pelo desbloqueio.

Mais bloqueio

O desespero das empresas em desbloquear seus anúncios em parte é explicado pelo aumento rápido de usuários de programas do tipo.

Segundo a Monday Note, 5% dos usuários de internet no mundo (144 milhões de pessoas) usaram softwares para bloquear anúncios só no primeiro trimestre de 2014. 2 entre 3 usam a partir do Chrome e do Firefox.

Em 2010, eram cerca de 20 milhões de usuários.

A popularidade desses programas foi crescendo lentamente, chegando a cerca de 50 milhões de pessoas em janeiro de 2013. Ali, houve um boom. Em pouco mais de um ano, tinha quase triplicado.

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