A maioria dos usuários que possui smartphones tem entre 25 e 44 anos (Cristiano SantAnna/indicefoto.com)
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2011 às 14h14.
São Paulo - Os smartphones já representam um terço da base de celulares no Brasil. Com mais recursos, os aparelhos apresentam novas possibilidades para as marcas no meio mobile e seu crescimento é visto com otimismo por desenvolvedores, agências e anunciantes.
"Os smartphones atingiram a massa”, apontou Leo Xavier, do grupo Pontomobi. Estima-se que 19 milhões de aparelhos hoje, dos 210 milhões atuais, sejam smartphones. Os dados fazem parte do estudo “#Mobilize: Consumidor Móvel 2011”, encomendado pela Pontomobi e pela WMcCann ao Ipsos MediaCT.
A pesquisa revelou que os aparelhos estão presentes em todas as classes sociais, sendo maior entre usuários A e B (49,7%), embora também seja significativa entre os da classe C (19%).
A maioria dos usuários que possui smartphones tem entre 25 e 44 anos, estuda e trabalha. O estudo foi realizado com mil usuários de internet que possuem celulares, em sete cidades brasileiras, no início deste ano.
As principais marcas de smartphone no Brasil são Nokia, que lidera com folga (35%); seguida de Samsung (17,8%) e Motorola (10,9%). A Apple está em quarto lugar, com 9,8% de penetração. Embora sua base seja pequena, os usuários de iPhone são os que mais acessam a internet pelo celular (97,4%) e têm maior interação com o meio online. O usuário de LG vem em segundo (89,4%) e o de Nokia, em terceiro (88,5%), ambos com periodicidade esparsa.
O conteúdo mais acessado está ligado às redes sociais. Após a página do Google, Orkut, Facebook e Twitter são os campeões de acesso. Dos portais, o mais acessado é o Globo.com.
Convencionais
Embora os smartphones sejam um filão quando se fala em mobile marketing, aparelhos convencionais não impedem ações de publicidade. Segundo a pesquisa, 22% dos que possuem celulares convencionais utilizam o aparelho para acessar a internet e 18,5% desses aparelhos possuem TV móvel. Isso indica que circulam pelo mercado 10 milhões de celulares com TV digital ou analógica.
“O mercado está ignorando essas pessoas. Não sabemos como elas usam o celular, não há conteúdo específico para o usuário. Esse número poderia mudar a curva de audiência”, alertou Antonio Cavallini, da WMcCann.
Ele ressaltou que hoje, mesmo os convencionais possuem recursos interessantes para serem explorados. “Com R$ 60, o usuário compra aparelho com TV e duas câmeras. Não dá mais para ignorar a base de convencionais. Muitos aparelhos têm, no mínimo, recursos como wi-fi e bluetooth”, argumentou.
Para essa base, uma possibilidade seria oferecer conteúdo gratuito por meio de SMS. “Nós vivemos em torno do nosso celular”, analisou José Rincón, do Grupo Cisneros, companhia que oferece serviços de comunicação e entretenimento para mobile à comunidade hispânica nos Estados Unidos. “É preciso oferecer conteúdo relevante, ter valor para usuários e para o anunciante e engajar consumidores”, indicou Rincón.
A pesquisa mostrou ainda que metade dos usuários quer trocar de celular nos próximos seis meses e a expectativa é de que eles migrem para smartphones.
“Em três anos, o aparelho mais simples terá as funções modernas dos celulares de hoje”, previu Cavallini. A entrada de tablets também provocará mudanças significativas. “O tablet é o novo Nike, traz status”.
Apps e jogos viram oportunidade
Com o crescimento de smartphones, recursos como aplicativos e games sociais aparecem como oportunidade. No ano passado, só a Zynga, detentora dos jogos FarmVille e CityVille, verdadeira febre em redes sociais, lucrou US$ 30 milhões, de acordo com a Seeking Alpha Investment. Durante a décima edição do Mobile Marketing Breakfast, desenvolvedores de conteúdo, anunciantes e agências discutiram as possibilidades para o meio.
Segundo a Nielsen, 53% dos usuários do Facebook jogam games online. Diariamente, no mundo todo, 56 milhões de pessoas utilizam a rede social com esse fim. “O jogo é extremamente relevante em redes sociais. Existe oportunidade muito grande. Pode ser a hora de as empresas começarem a desenvolver conteúdo”, afirmou João Oliveira, da TecToy, distribuidora de conteúdo licenciado para jogos de celular.
Oliveira apontou que, das principais marcas Top of Mind do Brasil no ano passado, apenas a Coca- Cola tem aplicativo em português para jogos. Roteiro pertinente à marca, interação inteligente e navegação intuitiva são os principais fatores para um aplicativo de sucesso, enumerou Oliveira. “Copiar jogo não dá audiência”, ressaltou.
Bruno Mendonça, da Fischer&Friends, apontou as diferenças entre desenvolvimento de aplicativo para o Facebook e a criação de uma fanpage na rede social. “O caminho é extenso para o aplicativo. O usuário precisa autorizar sua marca a interagir com ele. Não seja o famoso app de uma visita só”, alertou. Para ele, o gerenciamento de uma fan page é mais simples e o principal benefício é poder dialogar com o usuário. “Não pensem em cinco minutos de relacionamento. Pensem em um mês”, sugeriu.