Twitter (picture alliance / Contributor/Getty Images)
Vanessa Barbosa
Publicado em 21 de agosto de 2019 às 16h55.
São Paulo - A rede social Twitter atualizou suas políticas de publicidade e não aceitará mais anúncios de entidades de mídia controladas pelo estado. O anúncio ocorreu na terça-feira (20), mesmo dia em que o serviço de microblogging descobriu uma ação coordenada do governo da China para desacreditar e dividir os manifestantes pró-democracia em Hong Kong.
Ontem, a plataforma informou que encerraria quase mil contas originadas de dentro daquele país por violações das "políticas de manipulação de ferramentas" da empresa, incluindo spam, atividade coordenada e contas falsas. Segundo post oficial da rede, as atividades visavam “minar a legitimidade e as posições políticas” dos manifestantes a fim de interromper os protestos, que já duram onze semana.
A atualização das políticas de anúncio vem para combater o que o Twitter chama de "máquina de desinformação", e se aplica a entidades de mídia de notícias que sejam controladas financeira ou editorialmente por governos.
A lista de empresas de mídia foi concebida com ajuda de acadêmicos e da sociedade civil, e incluem fontes como o Índice de Liberdade de Imprensa, Freedom House, o Economist Intelligence Unit Democracy Index, o Media Landscapes Report do European Journalism Centre, o Committee to Protect Journalists e ferramenta da UNESCO para avaliar o desenvolvimento e a independência da mídia.
O Facebook também tomou medidas para coibir ações consideradas "manipuladoras" relacionadas aos protestos. Nathaniel Gleicher, chefe da política de segurança cibernética do Facebook, disse em um post no Newsroom que a rede social removeu sete páginas, três grupos e cinco contas, por "comportamento coordenado inautêntico originário" da China e focado em Hong Kong.