Marketing

Suárez cria dilema para Adidas na Copa após mordida

Segundo professor de estratégia empresarial esportiva, ao voltar a morder um adversário, o jogador uruguaio testa os limites da marca


	Suárez (e) e Chiellini: “eu posso prever a Adidas dizendo 'chega'”, disse o especialista
 (Javier Soriano)

Suárez (e) e Chiellini: “eu posso prever a Adidas dizendo 'chega'”, disse o especialista (Javier Soriano)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2014 às 14h43.

Porto Alegre - O atacante uruguaio Luis Suárez deixou sua patrocinadora Adidas AG com um dilema na Copa do Mundo ao, aparentemente, morder um adversário italiano durante a partida de ontem.

As imagens de televisão parecem mostrar Suárez afundando seus dentes no ombro do zagueiro Giorgio Chiellini em uma vitória de 1 a 0 em Natal que classificou o Uruguai para as oitavas de finais do torneio e eliminou a tetracampeã Itália.

Suárez, 27, que foi banido por 10 jogos no ano passado na Premier League inglesa por morder um adversário, ignorou as perguntas dos repórteres depois do jogo. A Fifa disse que está investigando o incidente.

“Eu posso prever a Adidas dizendo 'chega'”, disse Simon Chadwick, professor de estratégia empresarial esportiva na Universidade Coventry, no Reino Unido, em entrevista por telefone. “Suárez está testando os limites deles”.

A Fifa, organizadora do torneio, disse em um comunicado enviado por e-mail hoje de manhã que iniciou um procedimento disciplinário contra Suárez.

Suárez, do Liverpool, que foi eleito o melhor jogador da Premier League na última temporada, compõe a carteira de jogadores de futebol da Adidas ao lado de Lionel Messi, da Argentina, que promoveu a marca em uma publicidade lançada antes da Copa do Mundo.

Um ano depois de alertar Suárez a respeito de sua conduta, Chadwick disse que a Adidas novamente ficará sob pressão para agir como “árbitro moral” e dar um fim à sua ligação com ele.

Funcionários da Adidas, a fabricante de produtos esportivos avaliada em US$ 22 bilhões com sede em Herzogenaurach, Alemanha, não retornaram imediatamente os e-mails e mensagens de voz deixados após o horário comercial em busca de comentários sobre se a empresa romperá com Suárez.

Vendas da Adidas

A Adidas disse hoje mais cedo que neste ano terá 2 bilhões de euros (US$ 2,7 bilhões) em vendas relacionadas ao futebol em um momento em que a Copa do Mundo aumenta a demanda por suas bolas e equipamentos esportivos.

A empresa está tentando se distanciar da rival americana Nike Inc. no mercado global de produtos de futebol, que movimenta US$ 17 bilhões.

Depois que Suárez teve seu primeiro banimento na Premier League, no ano passado, por morder o zagueiro Branislav Ivanovic, do Chelsea, durante uma partida, a Adidas disse que “lembraria” o jogador do Liverpool a respeito dos padrões que a marca espera de seus patrocinados.

Quando jogou pelo Ajax, de Amsterdã, Suárez recebeu uma suspensão de sete partidas, em 2010, por morder um adversário.

Sem expulsão

Chiellini correu até o árbitro para mostrar seu ombro durante a partida de ontem depois que Suárez aparentemente o mordeu. Suárez não foi expulso, nem penalizado. Chiellini disse em uma entrevista na televisão que os dentes de Suárez deixaram uma marca em seu ombro.

Esse incidente mais recente não prejudicará a receita da Adidas, exceto possivelmente na Itália, segundo Paul Swinand, analista da Morningstar Inc. em Chicago, que monitora marcas de roupas esportivas.

Se a Adidas romper com Suárez, o atacante pode assinar com a Nike, acrescentou Swinand em entrevista por telefone.

“Talvez ele não se encaixe no estilo deles, mas se a Adidas o liberar, ele irá para a concorrência”, disse Swinand. “Se a Nike gerenciar bem a imagem de bad-boy, será bom para as vendas”.

Acompanhe tudo sobre:AdidasCopa do MundoEmpresasEmpresas alemãsEsportesFutebolPublicidade

Mais de Marketing

Jaguar, Saint Laurent, Burberry...Por que as logomarcas estão ficando tão parecidas?

Ayrton Senna ganha edição exclusiva de Funko Pop! em parceria com a Candide

Drive In-terlagos exibe série 'Senna' com telão, orquestra e passeio pelo autódromo

Como as empresas de mídia estão tentando atrair novos anunciantes