Companhias precisam ser capazes de facilmente conectar pessoas, processos e dados em um sistema integrado (Getty Images)
Colunista
Publicado em 2 de janeiro de 2024 às 21h24.
A área de gestão de projetos sempre desempenhou um papel fundamental nas empresas. Porém, o mundo dos negócios avança rapidamente em direção a um cenário mais dinâmico e guiado por dados, e exige mudanças na forma como as estratégias são pensadas e executadas. Muitas companhias ainda operam com métodos que se baseiam em estruturas rígidas, prazos fixos e escopo definido, o que mata a capacidade de se adaptar rapidamente às transformações do mercado.
Uma das principais razões pelas quais essa metodologia está perdendo relevância é a natureza cada vez mais complexa das adversidades empresariais atuais. As abordagens tradicionais de gestão de projetos podem ser eficazes para lidar com metas simples e bem definidas, mas nem sempre conseguem acompanhar as mudanças velozes nas dinâmicas do mercado, nas preferências do público e nas tecnologias emergentes. Como resultados dessa falta de flexibilidade é comum observarmos atrasos nas entregas, despesas adicionais e até projetos que passam longe de atender às necessidades ou expectativas dos clientes.
Outro ponto desfavorável a essa estratégia é a falta de visão e transparência, já que muitas vezes os processos mais tradicionais e o uso de ferramentas desatualizadas dificultam o acesso a informações em tempo real sobre o progresso dos projetos. Além de limitar a capacidade das equipes de tomarem decisões embasadas, isso ainda gera atritos e desalinhamentos entre os times.
Devido a esses motivos, acredito que as empresas precisam repensar seus métodos de gestão de projetos e evoluir para uma visão mais integrativa e de ecossistemas, que aposta na colaboração, agilidade e capacidade de adaptação. Para isso, é preciso cultivar uma mentalidade que compreenda que todas as tarefas, atividades e metas fazem parte de um propósito maior, e que as companhias precisam ser capazes de facilmente conectar pessoas, processos e dados em um sistema integrado.
Hoje em dia, as corporações têm à sua disposição um enorme conjunto de ferramentas e abordagens inovadoras para a gestão de projetos. Como a agilidade é o ponto chave, diversas organizações estão adotando metodologias baseadas em squads e sprints, que permitem uma resposta mais rápida às demandas do mercado. Além disso, os ecossistemas digitais possuem um papel fundamental nesse contexto, pois oferecem ambientes flexíveis e repletos de possibilidades para a colaboração e aprendizado.
Isso significa que as empresas podem formar equipes multidisciplinares que se concentram em objetivos específicos, acelerando o ciclo de desenvolvimento e implementação de projetos. E vale lembrar que essa gestão atual é fortemente impulsionada pela tecnologia, com a automação, análise de dados e inteligência artificial ajudando na otimização e definição de processos.
Também é fundamental ter profissionais capazes de realizar essa transformação internamente de maneira efetiva. De acordo com dados do estudo “Talent Gap: Tem-Year Employment Trends, Costs and Global Implications”, publicado pelo Project Management Institute (PMI), espera-se que 25 milhões de novos gerentes de projetos ingressem no mercado de trabalho até 2030 para atender às necessidades das corporações.
Em conclusão, a gestão de projetos como a conhecíamos até então está se tornando cada vez mais incompleta para atender às demandas de um mundo empresarial – e de uma sociedade - em constante evolução. Nesse cenário, mudar as estratégias precisa ser visto como prioridade pelas companhias. Se a sua empresa ainda opera da mesma forma tradicional e obsoleta, esse é o momento de se transformar e encarar o futuro de frente, antes que a concorrência o faça.