Depois de investir 25 milhões de reais na aquisição da fábrica catarinense Quimivale e mais 6 milhões em adequações da planta, a Assolan reservou 25 milhões para projetar a marca Assim, sua nova linha de sabão em pó, durante o segundo semestre deste ano. No final de 2005, a empresa do grupo Montecristalina, do empresário João Alves de Queiroz Filho, estima que poderá alcançar uma participação de mercado de 4%.

"Não temos obsessão com share, somos uma empresa conservadora que remunera adequadamente os acionistas e busca crescimento sustentado", diz Nelson Mello, diretor-presidente da Assolan Industrial. "Não queremos ficar brigando por mercado, porque isso demanda níveis de agressividade que geram muita despesa sem resultado", afirma o executivo. Lançada há menos de quatro anos, a esponja de aço da Assolan já detém 29% de participação de mercado.

Para Nizan Guanaes, publicitário responsável pelas contas da empresa, a idéia é repetir a estratégia de propaganda da marca Assolan, que custa 20 milhões de reais por ano. "A conquista de espaço da Assolan foi simpática e tranqüila", diz Guanaes. "Não haverá nada parecido com uma guerra do sabão. A beligerância não é o estilo da empresa." Um comercial de lançamento do Assim (com os mesmos bebês da propaganda da Assolan), será veiculado daqui a dez dias.

O tom "paz e amor", no entanto, não significa que a empresa está alheia às dificuldades do mercado. "A categoria dos sabões em pó é razoavelmente difícil", afirma Mello. Trata-se de um mercado grande dominado por poucos participantes -- os maiores players são a Unilever, com o Omo, e a Procter & Gamble, com o Ariel. São 89 mil toneladas de sabão em pó consumidas todos os meses, gerando um faturamento anual de 2,5 bilhões de reais. A fábrica recém-adquirida pela Assolan tem capacidade instalada para 6 mil toneladas por mês (quase 7% da demanda total do mercado, hoje), o que lhe assegura, segundo Mello, o terceiro lugar em volume de produção.

A empresa projeta um faturamento total para este ano acima de 300 milhões de reais, 50% superior ao apurado no ano passado. A embalagem de um quilo do Assim deve chegar às gôndolas na segunda quinzena de julho custando entre 5,50 e 7 reais.