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Sob críticas, Nike estreia comercial poderoso na abertura dos jogos da NFL

"Não pergunte se seus sonhos são loucos. Pergunte se eles são loucos o suficiente", diz o anúncio em comemoração aos 30 anos da campanha “Just Do It”

 (Nike/Reprodução)

(Nike/Reprodução)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 6 de setembro de 2018 às 11h24.

Última atualização em 6 de setembro de 2018 às 11h32.

São Paulo - Na noite desta quinta-feira (6), durante o jogo de abertura da temporada da Liga Nacional de Futebol Americano (NFL) entre o Philadelphia Eagles e o Atlanta Falcons, a Nike estreia um comercial empoderador que celebra atletas com histórias inspiradoras de superação tanto no esporte quanto na sociedade. 

Parte de uma série de ações em comemoração aos 30 anos da campanha publicitária “Just Do It”, o anúncio é narrado pelo ex-jogador de futebol americano e ativista Colin Kaepernick, que se ajoelhou durante o hino nacional dos EUA antes dos jogos da NFL em 2016.

Embora simbolizasse um protesto à brutalidade policial e violência contra negros no país, o movimento foi condenado por setores políticos e a própria NFL, que prometeu sanções aos times com jogadores que agissem da mesma forma. 

No começo desta semana, a Nike lançou o primeiro anúncio com o atleta: um post no Twitter em preto e branco do rosto de Kaepernick com a mensagem “Acredite em algo. Mesmo que isso signifique sacrificar tudo”.  Contrariados, muitos usuários da rede social criticaram a investida (sob as hashtags #JustBurnIt e #BoycottNike) e até mesmo queimaram produtos da Nike em protesto contra a campanha publicitária com o atleta. 

Pensa que essas demonstrações de repúdio assustaram? Não mesmo. O novo comercial da marca é todo narrado por Kaepernick. Confira:

https://twitter.com/Nike/status/1037387167331364869

"Se as pessoas dizem que seus sonhos são loucos, se elas riem do que você acha que pode fazer, bom..", diz o ativista enquanto aparecem em cena outros atletas patrocinados pela Nike, incluindo a tenista Serena Williams e a skatista Nyjah Huston. “Continue assim. Porque o que os não-crentes não conseguem entender é que chamar um sonho de louco não é um insulto. É um elogio", diz o narrador.

"Então não pergunte se seus sonhos são loucos. Pergunte se eles são loucos o suficiente", conclui Kaepernick no final do comercial, que foi divulgado nas redes sociais da marca na quarta-feira. 

O apelo de Kaepernick para que as pessoas “acreditem em algo, mesmo que isso signifique sacrificar tudo” é uma referência a sua batalha contra a NFL por supostamente conspirar para manter o ex-jogador do San Francisco 49ers fora dos estádios na sequência de seus protestos contra a injustiça racial e assassinatos de homens e mulheres negros nos EUA em 2016. Desde então o atleta está sem equipe. 

Em abril, Kaepernick foi homenageado com o Prêmio Embaixador da Consciência da Anistia Internacional em 2018.

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