Trifil: diversificação do negócio e ampliação do portfólio de produtos (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 5 de setembro de 2011 às 11h49.
Rio de Janeiro - Perto de completar 50 anos, a Trifil investe na diversificação do negócio e ampliação do portfólio de produtos. A marca, que foi responsável por reiventar a meia-calça no Brasil, lança quatro novos licenciamentos e as linhas de meia de compressão Bem Estar e Biofir.
Além do varejo, há planos para a comercialização dos produtos em farmácias. O maior desafio da marca será vender em um setor inédito para a empresa e destacar as novidades nos pontos de venda.
As linhas Bem Estar e Biofir são compostas de meias-calças e shorts que exploram o conceito de produto funcional. Os lançamentos têm a proposta de melhorar a circulação sanguínea, combatendo os sinais da celulite e reduzir medidas.
Para criar um atrativo e fugir das tradicionais cores bege e cinza, a Trifil colocou estampas de flores e arabescos, aproximando os produtos do universo da moda.
Essa estratégia tem sido explorada pela empresa desde o fim da década de 1990, quando a companhia percebeu que a meia-calça deixou de ser uma peça básica e se tornou um acessório de moda. Também foi nesse período que a marca começou a diversificar o seu portfólio de produtos para não ficar estagnada no mercado.
Aposta em licenciamentos
A Trifil nasceu em 1963, com o nome de Scalina, e produzia uniformes na cidade de Cambuci, em São Paulo. A partir da década de 1980, a empresa entrou no setor de moda íntima e meias-calças, que hoje representa 44% das vendas.
Atualmente, a maior força da Trifil está no varejo, que detém 60% dos negócios da companhia. Outro braço dos negócios são os licenciamentos.
A primeira licença obtida foi a da marca Adidas, na década de 1970, quando a empresa investiu na confecção de produtos esportivos. Esta foi uma das primeiras tentativas de diversificar a produção e ampliar a sua atuação no mercado brasileiro.
A companhia só voltaria a investir em licenciamentos novamente em 2005, em parceria com as marcas Mormaii e Turma da Mônica, presentes até hoje no portfólio da empresa. Em 2010, foi a vez da Trifil apresentar a linha licenciada No Stress, voltada para o público adulto.
Já em 2011, a aposta da Trifil são os personagens Penélope Charmosa, Looney Tunes, Plush Poison e Princesas do Mar estampando as meias da coleção infantil.
“É preciso ter uma oferta maior de licenças para este público, porque o ciclo de vida destes produtos é mais curto. Outra vantagem é verificar qual apresenta o melhor desempenho no mercado, para manter a parceria”, explica André Duarte, Superintendente Comercial da Trifil.
Comunicação voltada para a consumidora
O portfólio da Trifil conta ainda com produtos para o público masculino, como cuecas e meias esportivas, criados junto com a linha infantil.
Entre os lançamentos para o verão de 2011, a empresa desenvolveu cuecas e camisetas modeladoras, voltadas para os homens que também desejam reduzir as medidas do corpo. Embora haja um investimento na criação de produtos para atender as demandas deste público, a marca dialoga pouco com estes consumidores.
Praticamente toda comunicação da marca é voltada para a mulher, responsável na maioria das vezes pela compra de moda íntima tanto para homens, como para crianças.
Entre as iniciativas para divulgar os seus produtos nos pontos de venda, a marca conta com displays informativos. Quando o varejista permite, a companhia também procura criar espaços reservados nas revendas, destacando as coleções.
A Trifil possui ainda duas lojas próprias em São Paulo, no MorumbiShopping e na rua Voluntários da Pátria, e outra em Ceilândia, Brasília. As unidades servem com laboratórios e todos os lançamentos chegam primeiramente a estes pontos de venda.
A companhia também aproveita os locais para estudar a exposição de produtos e conhecer melhor o comportamento dos consumidores. A constituição de uma cadeia de lojas próprias, entretanto, ainda não está prevista.
Desafio de vender em farmácias
Um dos planos da empresa neste ano é a comercialização da linha Bem Estar e Biofir nas farmácias. “Para alcançar este objetivo, a Trifil precisa primeiramente criar uma identificação maior do produto com o público, pois os consumidores ainda não associam a marca diretamente ao mercado de meias de compressão”, explica a José Scaroni, professor de Trade Marketing do curso de Pós-Graduação da ESPM.
Além de criar este vínculo, a companhia terá que negociar com as redes de farmácias para conseguir mais espaço nos pontos de venda e criar meios para chamar a atenção para estes produtos.
Uma das iniciativas tomadas para divulgar as meias terapêuticas é o diálogo com angiologistas e ginecologistas, destacando as qualidades cosméticas da linha Bem Estar.
O objetivo é promover os produtos entre os profissionais da área de saúde, para que estes indiquem as meias de compressão para terapias leves.
Outro canal de venda que tem sido explorado recentemente pela Trifil é o e-comerce. A marca criou há quatro meses uma loja virtual no site Post Haus, especializado na venda de produtos têxteis pela internet.
“Com pouco tempo de atuação, a venda online representa ainda 0,5% da receita da empresa. A expectativa para 2012 é que este número cresça para 2%”, diz o Superintende Comercial da Trifil.
Crescimento das vendas no inverno e no verão
A internet também é um meio que a marca vem usando recentemente para se relacionar com os consumidores. Uma das ações para conversar com os internautas foi a realização de um concurso que premiou blogueiras e estudantes de moda com produtos da marca e um convite para o Salão Moda Brasil 2011.
A Trifil conta ainda com perfis no Twitter e Facebook, em que divulga produtos e ações promocionais. Para o lançamento da coleção de verão deste ano, o site da empresa foi modificado e apresenta cores quentes, reforçando o mote “O que o verão te inspira”. O resultado das vendas nesta estação também é outro motivo de comemoração para a Trifil.
“O inverno já foi o nosso maior negócio. Hoje, a situação está muito mais equilibrada. No primeiro semestre de 2010, as vendas alcançaram 52%. Já nos seis meses seguintes, obtivemos expansão de 48%. Entre os fatores que colaboram para este panorama estão as vendas de lingerie, produto que é comercializado durante o ano inteiro e representa 36% do faturamento, além de sazonalidades como volta às aulas, Dia dos Mães e Dia dos Pais”, afirma Duarte.