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São Paulo quer ser capital de eventos na América Latina

Copa pode atrair mais oportunidades; em 2010, setor movimentou US$ 1,7 bi na cidade

Para firmar-se como um polo para eventos, é preciso que a cidade aprenda a estruturar um planejamento estratégico e a definir um plano de investimentos que se cumpra (Germano Lüders/EXAME)

Para firmar-se como um polo para eventos, é preciso que a cidade aprenda a estruturar um planejamento estratégico e a definir um plano de investimentos que se cumpra (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2011 às 16h42.

São Paulo - A cidade de São Paulo recebe, anualmente, 90 mil eventos, entre feiras, exposições e espetáculos, além de milhares de turistas, que vêm para a cidade seja para fechar negócio ou para se divertir na capital econômica da América do Sul.

Embora ela ainda apresente gargalos, a expectativa é que esse número cresça após a Copa do Mundo, quando, afirma o poder público, a cidade terá sanado deficiências de infraestrutura, como transporte e ampla oferta de prestação de serviços.

“Há uma nova economia mundial chamada 'grandes eventos'”, afirma Walter Feldman, secretário de São Paulo para o tema. “O Reino Unido estima que, na próxima década, mega eventos vão mobilizar US$ 90 bilhões no mundo todo”, aponta.

Feldman foi um dos participantes do seminário “São Paulo na Copa do Mundo 2014”, promovido pela editora Brasileiros, que acontece nesta segunda-feira no Museu do Futebol, em São Paulo.

Segundo ele, para firmar-se como um polo para eventos, é preciso que a cidade aprenda a estruturar um planejamento estratégico e a definir um plano de investimentos que se cumpra. “A cidade precisa saber quanto um projeto vai custar cinco anos antes da sua realização. Se não fizer isso, gera suspeitas e abre brechas para a corrupção”, avalia.

Receitas bilionárias

No último ano, a cidade recebeu 11,7 milhões de visitantes. Só eventos e feiras de negócio movimentaram US$ 1,7 bilhão na capital paulista. Segundo dados da SPTuris, o acontecimento mais rentável para a cidade em 2010 foi o Grande Prêmio de Fórmula 1, que gerou R$ 238 milhões, seguido pela Parada Gay (R$ 188 milhões) e pela Virada Cultural (R$ 142 milhões).


Para Emerson Fittipaldi, co-chairman da Momentum Sports e que também participou do seminário, os gargalos de São Paulo são transporte, segurança e o setor de alimentação, que precisa aumentar a oferta. “O Brasil falha em gerar receita no turismo”, acredita. “Vamos ter que trabalhar muito para mostrar ao turista o que fizemos para recebê-lo bem”.

De acordo com Belarmino Fernández Iglesias, dono dos restaurantes Rubayat, grandes eventos refletem em vários setores e geram claros benefícios para os restaurantes da cidade. “Nos finais de semana que antecedem o GP da Fórmula 1 em São Paulo, a demanda em meus restaurantes cresce 50%”, afirma.

O legado da Copa 2014

Para viabilizar o aumento de eventos na cidade, São Paulo aposta todas as suas fichas na realização da Copa do Mundo no país e no fato de a cidade ter sido escolhida para a abertura da competição. A construção do estádio do Corinthians, em Itaquera, promete também a revitalização da Zona Leste, com a implantação de um polo institucional na região.

Segundo estudo da Ernst & Young em parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), a Copa 2014 vai injetar R$ 1,5 bilhão no PIB (Produto Interno Bruto) da cidade. “São Paulo quer se consolidar como um destino internacional para eventos”, resume Raquel Verdenacci, coordenadora da secretaria-executiva do Comitê Paulista.

De acordo com Bebeto Haddad, secretário da pasta do Esporte, Lazer e Recreação da cidade, São Paulo quer atrair campeonatos de golf e a final do Mundial Interclubes da Fifa, entre outros eventos esportivos.

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