Painel Cenp-Meios: TV lidera com 42,3% das verbas, seguida pela internet com 40,2%; juntos, os dois meios concentram a maior parte da publicidade no Brasil (PeopleImages/Getty Images)
Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais
Publicado em 10 de setembro de 2025 às 16h38.
Última atualização em 10 de setembro de 2025 às 17h45.
Os investimentos em publicidade no Brasil voltaram a acelerar em 2025. No primeiro semestre, o volume movimentado por 327 agências que reportam dados ao Painel Cenp-Meios atingiu R$ 11,93 bilhões, alta de 12,52% em comparação ao mesmo período do ano passado. O crescimento representa R$ 1,32 bilhão a mais em compra de espaços publicitários e supera os principais indicadores da economia.
Enquanto o PIB avançou 2,5% nos seis primeiros meses do ano, pressionado pela baixa produtividade da indústria e pelas altas taxas de juros, a publicidade cresceu cinco vezes mais. O segundo trimestre foi especialmente positivo, registrando um avanço relevante em relação ao primeiro, quando a alta havia sido de 3,14%.
“Os resultados demonstram a vitalidade da publicidade brasileira, que, mesmo após o crescimento expressivo de 2024, voltou a superar expectativas em uma base já elevada”, diz Luiz Lara, presidente do Cenp, em nota. “Isso reforça o papel estratégico do setor como motor da economia e como um vínculo de confiança que conecta marcas, veículos, elos digitais e consumidores.”
O painel confirma a polarização dos investimentos: televisão (42,3%) e internet (40,2%) concentram, juntas, mais de 80% do total. A mídia externa (OOH) aparece como terceira força, com 11,9%, enquanto os demais meios mantêm participação residual.
A maior parte das verbas permanece nas veiculações nacionais, que responderam por 69% do volume do semestre, o equivalente a R$ 8,23 bilhões.
Na divisão regional, o Sudeste lidera com R$ 2,23 bilhões (18%), seguido por Nordeste (R$ 563,48 milhões; 4,7%), Sul (R$ 442,30 milhões; 3,7%), Centro-Oeste (R$ 335,52 milhões; 2,8%) e Norte (R$ 128,22 milhões; 1,1%).
Os dados do Cenp-Meios referentes ao primeiro semestre de 2025 refletem os Pedidos de Inserção (PIs) efetivamente executados entre janeiro e junho, organizados por meio, período, estado e região. As informações são apresentadas de forma agregada, sem identificar clientes ou veículos, o que garante a confidencialidade.
A coleta é conduzida pelo Núcleo de Qualificação Técnica (NQT), organismo estatutário especializado em pesquisa, mídia, circulação e métricas, que reúne representantes de anunciantes, agências, elos digitais e veículos de comunicação. O sistema conta ainda com auditoria independente da KPMG, responsável por atestar a integridade e a confiabilidade do levantamento.
De acordo com o Cenp-Meios, a televisão concentrou a maior fatia dos investimentos em mídia no primeiro semestre, com R$ 5,04 bilhões. A TV aberta respondeu por R$ 3,98 bilhões (79%), enquanto a TV por assinatura somou R$ 1,05 bilhão (21%). Mesmo com a migração de audiência para o digital, o meio segue central na estratégia das marcas, sobretudo em campanhas nacionais de grande alcance.
A internet aparece em segundo lugar, com R$ 4,8 bilhões, o equivalente a 40,2% do total. Dentro do digital, o maior volume veio de display e outros formatos (R$ 2,82 bilhões, 58,9%), seguido por social (R$ 1,19 bilhão, 24,9%), vídeo (R$ 416,3 milhões, 8,7%), busca (R$ 349,5 milhões, 7,3%) e áudio (R$ 11,4 milhões, 0,2%).
A pulverização desses formatos reflete a diversificação das estratégias digitais, com social e vídeo ganhando relevância no engajamento de públicos distintos.
A mídia out of home (OOH) movimentou R$ 1,42 bilhão, equivalente a 11,9% dos investimentos, reforçando sua importância como ponto de contato em grandes centros urbanos. O rádio ficou com R$ 441 milhões (3,7%). Entre os meios impressos, os jornais receberam R$ 157 milhões (1,3%) e as revistas, R$ 32,8 milhões (0,3%). O cinema registrou R$ 33 milhões, o equivalente a 0,3% do total.
Painel Cenp-Meios – 1º semestre de 2025 (Divulgação)