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Da Redação
Publicado em 5 de julho de 2010 às 09h57.
Aix-En-Provence, França - O presidente-executivo da EADS, Louis Gallois, atacou neste sábado a "campanha propagandista" da rival Boeing em relação à decisão de um painel da Organização Mundial do Comércio (OMC) e afirmou que esse é um sinal de temor antes de uma decisão sobre um contrato para venda de aviões cargueiros fortemente contestado.
Gallois também declarou ser "provável" que a União Europeia apele contra a decisão tomada pelo painel da OMS na quarta-feira, que criticou os subsídios à exportação concedidos pela UE à Airbus, fabricante de aviões controlada pela EADS.
"A campanha propagandista (da Boeing) nos últimos três ou quatro dias mostra que eles estão com medo que façamos uma oferta competitiva pelos cargueiros", disse Gallois a repórteres, à margem de uma conferência em Aix-en-Provence.
A EADS e a Boeing estão envolvidas em uma disputa feroz por um contrato de fabricação de 179 aviões de reabastecimento para substituir a envelhecida frota dos EUA, composta por 135 cargueiros KC-135, da Boeing, os quais têm em média quase 50 anos.
Congressistas dos EUA que apóiam a Boeing pediram que a competição fosse mediada por um painel da OMC, o qual assinalou que os subsídios dados pela UE à exportação haviam prejudicado a Boeing e teriam de ser eliminados.
Mas Gallois disse que 70 por cento das queixas da Boeing tinham sido rejeitadas pela OMC e que a rival norte-americana não havia provado que subsídios da EU tenham afetado diretamente sua competitividade ou os seus empregados.
Ele também observou que haverá um segundo veredicto da OMC, previsto para 16 de julho, relativo a uma ação da UE sobre o apoio dos EUA à Boeing.
"Parece provável, para mim, que haverá apelação (da UE contra a primeira sentença)", declarou Gallois.
A EADS vai apresentar sua proposta para os cargueiros na quinta ou sexta-feira, em parceria com empresas dos EUA nos aspectos em que há a preocupação com equipamentos de defesa de áreas sensíveis.
Gallois também procurou frear especulações na imprensa de que a decisão do painel da OMC esteja levando a EADS a rever a ajuda da UE para o projeto do avião A350 da Airbus.
"Não prevejo mudanças nas condições (da ajuda)", disse ele, reafirmando que empréstimos governamentais para o programa do A350 XWB não contrariam determinações da OMS e que o financiamento do programa para o A350 foi legal, do ponto de vista da OMC.