O jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho (REUTERS/Stefan Wermuth)
Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais
Publicado em 16 de junho de 2024 às 16h10.
Última atualização em 17 de junho de 2024 às 13h39.
Ronaldinho Gaúcho atraiu a atenção do público nas últimas horas ao fazer duras críticas sobre a atual Seleção Brasileira, as quais rapidamente viralizaram nas redes sociais. No entanto, a fala do ex-jogador não passava de uma ação de marketing com a Rexona, marca de antitranspirantes da Unilever.
Tudo começou com uma entrevista ao canal "Cartoloucos" no YouTube, em que ele apontou diversas falhas nos jogadores que defendem o time comandado por Dorival Júnior.
"Não vou assistir a nenhum jogo. Está faltando tudo: garra, alegria, jogar bem. Vou abandonar o Brasil. As coisas não estão andando bem. Está faltando garra, entrega... tudo!", afirmou Ronaldinho.
Após a repercussão da entrevista, o ex-jogador voltou a criticar o time e declarou que não vai comemorar nenhuma vitória da seleção, que está no grupo D da Copa América.
“É isso aí, galera, pra mim já deu. Esse é um momento triste pra quem gosta do futebol brasileiro. Fica difícil encontrar ânimo pra ver os jogos. Esse é talvez um dos piores times dos últimos anos, não tem líderes de respeito, só jogadores medianos em sua maioria”, disse.
Na noite deste sábado, contudo, Ronaldinho revelou que suas declarações foram parte de uma jogada de marketing em parceria com a Rexona, patrocinadora da Copa América.
A convite de Rexona, o “Bruxo” reproduziu publicações reais de torcedores nas redes sociais. A ideia era construir um movimento que propõe reaproximar o público do futebol brasileiro. Segundo a marca, dados de pesquisa Datafolha realizada em 2022 revelam que, nas últimas duas décadas, muitas pessoas perderam a conexão com o esporte.
A campanha visa convocar os brasileiros para a ‘Torcida Que Não Abandona’, incentivando os torcedores a trazer a confiança no futebol brasileiro durante a Copa América.
“Imagine você ouvindo essas críticas antes de jogar? Não dá, a motivação vai lá pra baixo. O apoio da torcida faz uma enorme diferença para os jogadores e o que eles precisam é de apoio nessa hora. Por isso, me juntei à Rexona nesse movimento de incentivo da Torcida Que Não Abandona e quero convocar todos os torcedores a trazer a confiança durante a Copa América, porque, assim como Rexona, não vou abandonar nunca nosso futebol”, explica Ronaldinho.
Para gerar uma inquietação sobre um possível "abandono" da torcida pelo Brasil na Copa América, a marca convidou Ronaldinho Gaúcho. A ação, criada pela Speakeasy Estratégia e Comunicação, envolveu uma entrevista ao canal Cartoloucos, em que Ronaldinho anunciou que não assistiria aos jogos porque "não tinha mais confiança" no futebol brasileiro. No dia seguinte, ele confirmou o abandono em suas redes sociais.
A declaração gerou grande repercussão, e Fred, do Canal Desimpedidos, convidou Ronaldinho para esclarecer. Em entrevista, ele revelou que tudo fazia parte de uma ação de marketing para mostrar a importância do apoio dos torcedores durante a Copa América. Ele também pediu ao público que enviasse mensagens de apoio com a hashtag #TrazAConfianca.
“Criamos essa ação para chamar atenção sobre a importância da confiança da torcida, energia que se transforma em raça dentro de campo. Como patrocinadores da Conmebol Copa América 2024, criamos o movimento da Torcida Que Não Abandona”, explicou Poliana Sousa, gerente geral de cuidados pessoais da Unilever Brasil.
A presença de Rexona no torneio visa ampliar a sua jornada no território do futebol. A marca tem buscado criar uma conexão emocional com os consumidores fanáticos pelo esporte, por isso patrocinou competições como a Copa Libertadores Conmebol Masculina (2020-2022) e a Copa do Mundo Feminina da FIFA (2023).
Apesar de ser parte de uma estratégia de marketing, as declarações de Ronaldinho não foram bem recebidas pelos jogadores da seleção. O atacante Raphinha, antes de saber da ação, expressou surpresa com o posicionamento do ex-jogador.
"Foi uma surpresa não só para mim, mas para todo o grupo. Ele sempre demonstrou apoio à seleção. Eu o considero um ídolo, uma referência para mim e para todos na seleção. Não só para os jogadores, mas para todos que trabalham aqui. Acabou sendo um baque. Obviamente, a gente não concorda, eu não concordo", disse Raphinha.
O Brasil estreia na Copa América no dia 24, contra a Costa Rica. No grupo da seleção estão também Colômbia e Paraguai.