Marketing

Por que a cueca de Neymar preocupa a FIFA

Jogador levou patrocinadora para o campo na Liga dos Campeões e acendeu a discussão do marketing de emboscada


	Neymar com a cueca da Lupo durante jogo do Barcelona contra o Atlético de Madrid: alusão a marcas dentro de campo é proibida
 (REUTERS/Stringer)

Neymar com a cueca da Lupo durante jogo do Barcelona contra o Atlético de Madrid: alusão a marcas dentro de campo é proibida (REUTERS/Stringer)

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Da Redação

Publicado em 19 de abril de 2014 às 12h25.

São Paulo - Durante a partida que culminou na derrota do Barcelona pelo Atlético de Madrid, pela Liga dos Campões na quarta passada, Neymar movimentou-se em campo como sempre e tentou reverter o placar para o seu time.

Entre as andanças do jogador, no entanto, um movimento repetido chamou atenção: quando ele, de camisa levantada, mostrava um pedaço da sua cueca com a marca Lupo, patrocinadora do atleta. Segundo levantamento do jornal Folha de S. Paulo publicado em reportagem na edição desta quarta-feira, a marca apareceu ao menos cinco vezes na partida.

Quando protagonizado por um dos jogadores mais caros do mundo, nenhum movimento passa isento. A iniciativa tornou-se alvo de desconfiança e acendeu a discussão do marketing de emboscada, uma vez que a organizadora UEFA proíbe a propaganda em campo.

A mesma ação também é irregular segundo as regras da FIFA, que proíbe ações de marketing não-autorizadas nos jogos e nas proximidades dos estádios. Seria o caso da Lupo, que é patrocinadora individual do jogador, e não da Copa de 2014.

À EXAME.com, a Lupo negou que a iniciativa tenha sido uma estratégia de marketing.

A empresa defende que nada foi premeditado e que toda a história pegou a Lupo de surpresa. Segundo informou a marca, é comum que Neymar, enquanto garoto-propaganda, receba cuecas e produtos da fabricante de presente para uso pessoal.

A assessoria de imprensa de Neymar também negou à reportagem que as aparições da marca da cueca durante os jogos sejam uma estratégia de marketing.

A repercussão, no entanto, deve ligar o alerta da Fifa para impedir que empresas que não são patrocinadoras façam publicidade aproveitando a Copa do Mundo. 

De acordo com o regulamento da Copa, é proibido o uso de camisetas ou adereços com alusão à empresas ou produtos durante as partidas.

Segundo o Departamento de Imprensa da FIFA, o assunto foi tratado no Workshop das Seleções recentemente, e "a FIFA lembrou todas as equipes participantes sobre estes regulamentos, incluindo a proibição do marketing de emboscada".

Essa não seria, nem de longe, a primeira vez que essa regra é burlada em competições. Durante a Eurocopa, em 2012, ficou famoso o caso do atleta dinamarquês Nicklas Bendtner, que foi punido pela UEFA por ter comemorado um gol contra Portugal exibindo uma cueca com propaganda do site de apostas Paddy Power.

Na época, a multa foi de 80 mil libras - valor 64 mil libras maior do que o pago pelo time do Porto após insultos racistas feitos pela torcida do clube ao jogador Mario Balotelli, da Itália.

Garoto-propaganda

Há um mês, o atacante foi estrela do lançamento da campanha Cueca da Sorte da Lupo, com peças de roupa decoradas por trevos e ferraduras.  A marca lançou uma coleção com as cores da bandeira brasileira e o número 10, de Neymar, na parte de trás da cintura. O jogador tem contrato com a Lupo desde agosto de 2011.

Assista ao comercial exibido em rede nacional e criado pela África.

*Matéria atualizada às 18 horas do dia 17/04 para inclusão de citação a Folha de S. Paulo

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