Marketing

Plataformas digitais permitem que atletas atraiam clubes e patrocínios

Antes, as eletivas tradicionais eram a porta de entrada. Agora, celulares e tablets encurtam o caminho na busca por uma oportunidade.

Jogador de futebol: peneiras virtuais fazem  pré-seleção de atletas.  (AfricaImages/Getty Images)

Jogador de futebol: peneiras virtuais fazem pré-seleção de atletas. (AfricaImages/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de junho de 2019 às 11h20.

Última atualização em 17 de junho de 2019 às 11h23.

São Paulo - O atleta paralímpico Jonny Paiva, segundo lugar no ranking brasileiro de salto em altura, é bastante conhecido no Ceará. Os bons resultados levaram ao apoio da Faculdade Atheneu e de duas academias. Para conseguir visibilidade nacional e atrair mais patrocinadores, o atleta de 27 anos se cadastrou em uma plataforma digital chamada Atletas Now, que conecta atletas, federações, patrocinadores e profissionais. Ele coloca seu perfil, com vídeos e estatísticas, nessa startup que já ficou conhecida como "Linkedin dos esportes".

No futebol, são cada vez mais comuns as peneiras virtuais em que os jovens são pré-selecionados por vídeos enviados pelo telefone celular ou tablet. O volante Gustavo conseguiu assim um lugar na Mauaense. O tema é amplo. Na sexta-feira, Caio Campos, diretor de Marketing do Corinthians, proferiu palestra em São Paulo sobre transformação digital, relatando as experiências que serão oferecidas para os torcedores a partir de uma parceria com a IBM.

Esses exemplos mostram como novas plataformas digitais estão modificando a relação dos atletas com os clubes e patrocinadores. Antes, eram as seletivas tradicionais. Agora, celulares e tablets encurtam o caminho na busca por uma oportunidade. Tudo isso é de graça. As startups têm um grande mercado a explorar. Hoje, existe 1 milhão de atletas em busca de oportunidades (clube ou patrocinador), de acordo com especialistas da área.

Para David de Oliveira Lemes, coordenador do curso de extensão em Marketing Digital e professor de Ciência da Computação da PUC, as plataformas digitais avançam em todas as áreas. "No passado, os celulares e aparelhos digitais eram usados para entretenimento e comunicação. Agora, eles estão sendo utilizados em todos os modelos de negócios. Essas iniciativas são uma evolução da transformação digital", diz.

Algumas startups nasceram da experiência de ex-atletas. José Pedro Mello, CEO da Atletas Now, foi jogador de basquete universitário nos Estados Unidos. "Vivi duas realidades diferentes esportivas, no Brasil e nos Estados Unidos", conta o jovem de 20 anos. "Um atleta no interior do Brasil não tem acesso aos grandes meios esportivos. Milhões de outros acabam tendo o talento desperdiçado. A ideia da startup foi unir atletas, federações, profissionais do esporte para gerar oportunidades", diz José Pedro, que reúne mais de três mil atletas em 70 modalidades na startup.

A startup também favorece os clubes. O Ribeirão Pires, clube de São Paulo que revelou o meia Willian, do Chelsea e da seleção brasileira, quer dar visibilidade aos seus atletas e ter a chance de recrutar e também apresentar seus profissionais.

PENEIRA ONLINE

O volante Gustavo Gama conseguiu uma vaga na equipe sub-20 do Grêmio Mauaense, que disputa a segunda divisão de São Paulo, só com o celular. Ele baixou um aplicativo que permite publicar um vídeo com os melhores momentos de sua carreira. Foi chamado para uma sequência de testes e ganhou uma vaga. Aos 18 anos, ele vai disputar o Campeonato Paulista da categoria.

Esse aplicativo é da plataforma japonesa Dreamstock, que chegou ao Brasil no ano passado. Além de clubes do interior de São Paulo, América-MG e Coritiba estão entre os parceiros que analisam os vídeos, selecionados previamente por olheiros virtuais da empresa. Do Japão, o CEO Marcelo Matsunaga diz que a ferramenta permite que os atletas participem de seletivas no mundo inteiro e facilita o garimpo dos clubes. Hoje, são 60 mil atletas inscritos no País. Em 2019, três atletas já foram contratados.

As receitas da empresa vêm dos anúncios publicitários dentro do aplicativo e da negociação dos atletas - a startup tem licença para atuar como agente na transação dos esportistas.

Acompanhe tudo sobre:AppsEsportesFutebolMarcasPatrocínio

Mais de Marketing

O poder de não saber: quando a pergunta certa vale mais do que mil certezas

Ayrton Senna ganha boneco Funko exclusivo que celebra sua fase na McLaren

Conar manda tirar do ar campanha da NotCo com 'mamíferos' após repesentação da Parmalat

De bebês mamíferos ao garoto Bombril: relembre 5 campanhas que marcaram época