Marketing

Pelé pontua com Copa lançando relógios e promovendo Subway

Rei do futebol está aproveitando aquela que pode ser sua última oportunidade de lucrar com sua popularidade


	Pelé, na Costa do Sauípe: ex-jogador é sócio majoritário da Sport 10, uma empresa criada em 2012 para consolidar os direitos de sua marca
 (Getty Images)

Pelé, na Costa do Sauípe: ex-jogador é sócio majoritário da Sport 10, uma empresa criada em 2012 para consolidar os direitos de sua marca (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de março de 2014 às 18h50.

Rio de Janeiro - No segundo andar de um luxuoso shopping center do Rio de Janeiro, Pelé mostrou o sorriso que cativou a audiência global pela primeira vez há 50 anos e cortou um laço para inaugurar a primeira loja da fabricante de relógios suíça Hublot na América Latina.

Sem avisar, Pelé entrou, colocou seu rosto sorridente em uma vitrine por cima de uma edição limitada de um relógio de R$ 45.000 (US$ 19.230) e absorveu a atenção dos fotógrafos que estavam à espera.

Aos 73 anos, quase quatro décadas depois de jogar sua última partida como profissional, Pelé está aproveitando aquela que pode ser sua última oportunidade de lucrar com sua popularidade. O Brasil será a sede da Copa do Mundo deste ano em menos de três meses e Pelé está conseguindo patrocínios no mesmo ritmo de quando estava no auge.

“Graças a Deus várias gerações continuaram me seguindo”, disse Pelé, depois das fotos. “Ninguém é perfeito, mas eu dou meu melhor para passar mensagens positivas”.

Pelé é sócio majoritário da Sport 10, uma empresa criada em 2012 para consolidar os direitos de sua marca, que tem esse nome devido ao número da camisa que ele usava. A Legends 10, uma agência de Nova York dirigida por dois britânicos, incluindo o ex-gerente de David Beckham, Terry Byrne, atua como agente exclusiva da Sport 10 e assinou contratos com algumas das maiores empresas do mundo.

Nos últimos 18 meses, Pelé assinou contratos com a Procter Gamble Co., a Volkswagen AG, a Emirates Airlines e a Subway Restaurants Inc., e também um acordo com a Coca-Cola Co. para aparecer em estabelecimentos com o troféu da Copa do Mundo.

Símbolo do Brasil

A marca Pelé gerará US$ 25 milhões em receita neste ano com aparições, produtos licenciados, promoções e um filme sobre a vida do ícone, que está sendo produzido pela empresa Imagine Entertainment, de Ron Howard e Brian Grazer. Paul Kemsley, CEO da Legends 10, diz que o montante pode chegar a US$ 100 milhões até a época em que os Jogos Olímpicos do Rio terminarem, em 2016.

“Não era segredo que a Copa do Mundo e as Olimpíadas seriam no Brasil, e Pelé é Brasil”, disse Kemsley, 46, por telefone. “Por isso, o momento para esse tipo de transação foi correto”.


O CEO da Hublot, Ricardo Guadalupe, disse que sua empresa pagará US$ 500.000 para se associar a Pelé.

Em troca, foi permitido que a Hublot, com sede em Genebra, criasse o relógio de edição limitada com uma figura de Pelé dando uma bicicleta. Esse foi o modelo com o qual Pelé posou na vitrine da loja Hublot, no Fashion Mall, no Rio de Janeiro. A empresa está planejando também uma campanha de publicidade e tem um acordo que prevê cinco dias de contato com Pelé.

Pagamento maior

“Ele ganhou durante toda sua vida, mas não como hoje. Então, para ele, é fantástico que, com seu nome e personalidade, ele ainda possa fazer algum sucesso, porque ele realmente merece isso”, disse Guadalupe. “Quando jogava, ele não ganhava o que os jogadores ganham hoje”.

Pelé, cujo nome real é Edson Arantes do Nascimento, fez sua estreia no futebol profissional aos 15 anos. Ele passou a maior parte de sua carreira jogando pelo Santos.

Embora o status de ícone de Pelé tenha sido forjado nos estádios da Suécia, do Chile e do México, onde ele se tornou o único jogador a conquistar três Copas do Mundo, sua popularidade aumentou nos EUA nos anos 1970, quando ele se tornou o principal nome do New York Cosmos e o rosto da primeira tentativa do futebol de conquistar o país.

‘Canto do cisne’

Depois da Copa do Mundo de 2014, o potencial de marketing de Pelé provavelmente diminuirá, disse Patrick Nally, empreendedor britânico que em 1976 intermediou o primeiro acordo da Coca-Cola para patrocinar o principal evento do futebol.

“Esse é o canto do cisne da marca Pelé no tocante a algum impacto significativo”, disse Nally. “Eu ficaria absolutamente surpreso se ele conseguisse se manter em alta depois da competição. É por causa da Copa do Mundo que ele conseguiu esse impulso final”.

De volta à loja da Hublot, no dia 5 de fevereiro, o Pelé sorridente e imaculadamente penteado, em seu terno cinza, com camisa combinando e gravata escura, terminou. Ele deu à multidão de jornalistas e fãs as fotos que eles queriam. E com isso, ele sai de cena.

“Eu sempre peço a Deus que me dê condições de passar boas mensagens às crianças”, diz Pelé a todos. “E é isso que eu sempre busco quando entro em uma parceria”.

Acompanhe tudo sobre:AlimentaçãoAtletasCopa do MundoEmpresasEsportesestrategias-de-marketingFast foodFranquiasFutebolMarcasPeléPublicidadeSubway

Mais de Marketing

Jaguar, Saint Laurent, Burberry...Por que as logomarcas estão ficando tão parecidas?

Ayrton Senna ganha edição exclusiva de Funko Pop! em parceria com a Candide

Drive In-terlagos exibe série 'Senna' com telão, orquestra e passeio pelo autódromo

Como as empresas de mídia estão tentando atrair novos anunciantes