Marketing

Para além dos anúncios, tecnologia e ESG estão em estratégia de marketing

Pesquisa da consultoria Flow Executive Finders revela como a pandemia modifica o papel do Chief Marketing Officer (CMO)

 (Arte/Exame)

(Arte/Exame)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 24 de agosto de 2021 às 07h00.

Cada vez mais, as empresas entendem a importância de integrar o trabalho das áreas para garantir melhores resultados, e não é diferente com o marketing, como revela a pesquisa da consultoria Flow Executive Finders sobre o papel do Chief Marketing Officer (CMO).

De acordo com o estudo, 65% dos líderes da área têm exposição junto ao Conselho de Administração, acesso que 78,57% deles considera adequado à expectativa de desempenho da sua posição. “O profissional de marketing já não fala só em campanhas, nem tem sua meta atrelada somente a projetos. Sua visão é mais ampla e sua ação, mais veloz e completa do que nunca", diz Luiz Mariano, sócio da Flow.

"Ele bebe na fonte dos dados para reinventar, seguindo as melhores práticas de governança socioambiental, a estratégia e o portfólio de produtos, gerando receita e cuidando da reputação, em um prazo cada vez mais curto”, afirma.

Ao iniciar o movimento de colocar o consumidor ou o cliente no centro das decisões, empresas B2B e B2C começaram a remodelar os negócios. E os desafios impostos pela pandemia aceleraram as mudanças.

Novos direcionadores estratégicos também aparecem, sendo a transformação digital o principal deles. Esse fator se mostrou mais importante na agenda de 22% dos entrevistados, superando a inovação (20%) e a reestruturação de canais (20%).

É claro que a tecnologia já estava na pauta do CMO desde que a internet e os smartphones começaram a mudar o comportamento do cliente e do consumidor. Com o isolamento social, no entanto, algumas tendências viraram realidade e impactaram a alocação de tempo dos líderes de marketing.

Mais da metade dos entrevistados (57%) está focada na gestão de negócios com pilares de curto prazo, embora alguns (28,57%) já considerem um período menor. “Com a transformação digital e a pandemia, a ótica do consumidor passou a permear todas as decisões, provocando uma busca por novas formas de trabalho, competências, processos, produtos, parcerias e canais de comunicação e venda. Hoje as compras por celular, por exemplo, são maiores que nas lojas físicas”, diz Katyanna Salvador, consultora executiva da Flow.

Na rotina da área, o impacto maior foi sentido no Marketing Digital (28,21%) e nos Insights (15,38%), já que a preocupação com performance e com pesquisa em profundidade, a partir da análise de dados, predominam hoje na agenda da liderança.

O Futuro do Marketing

A Criatividade, assim como a visão de negócio e a capacidade de fazer diagnósticos, já não são as duas características mais relevantes para o novo CMO, indica a pesquisa da Flow. Ambas aparecem empatadas em terceiro lugar (14,29%, cada), atrás da Capacidade Analítica de dados e viabilidade de investimento (35,71%) e da Liderança (28,57%).

Os entrevistados também revelaram uma mudança na construção de reputação e o ESG faz parte da pauta de quase 65% dos CMOs. “A visão de desenvolvimento e retorno para todos os stakeholders é um legado da pandemia e deve influenciar cada vez mais não só a conduta das empresas, mas também a decisão de compra dos consumidores”, destaca Mariano.

E os CMOs já entendem essa importância: 92% já consideram que a governança socioambiental estará atrelada ao seu pacote de remuneração de curto ou de longo prazo, sendo que, hoje cerca de 64% já possuem algum tipo de incentivo, mas baseado em outros pilares.

Para Mariano, o perfil mais híbrido lança um importante alerta: o marketing do futuro pode ser impactado por uma carência de profissionais preparados, visto que o desenvolvimento de competências ocorre em uma velocidade superior à formação desenhada pela academia ou mesmo pelas áreas de recursos humanos.

“O protagonismo é o principal diferencial hoje, pois o CMO tem um papel chave não só de decodificar o consumidor e o mercado, mas também de construir o posicionamento frente aos desafios da sociedade, abraçando causas que agreguem valor às marcas e colaborem para reduzir as desigualdades e injustiças", diz Mariano.

 

Acompanhe tudo sobre:Anúncios publicitáriosExecutivosestrategias-de-marketing

Mais de Marketing

'Esqueceram de Mim': Macaulay Culkin revive Kevin em campanha de Natal

SXSW 2026 detalha programação com mais de 250 sessões temáticas

CMOs ganham protagonismo na agenda de sustentabilidade corporativa

Ser 'esquisito' está em alta — e a Vans trouxe o Felca pra provar