Marketing

Outback recorre a culinária de diversos países para ampliar vendas

Fondue, hambúrgueres e até coxinha passaram pelo cardápio da rede, e têm resultados que vão além do esperado pela empresa

Cebola do Outback sai de graça no Dia do Cliente  (Outback/Divulgação)

Cebola do Outback sai de graça no Dia do Cliente (Outback/Divulgação)

Blooming Onion do Outback Steakhouse

Blooming onion: um dos ícones do Outback, cebola frita tem origem americana (Outback/Divulgação)

Quando se pensa em culinária australiana, existe, basicamente, uma única referência: o Outback. A rede de restaurantes, no entanto, é americana, e usa a temática da Austrália mais na decoração do que na gastronomia.

A ausência de um compromisso em produzir pratos australianos é uma vantagem para a rede, principalmente no contexto da pandemia, que tem afetado o setor de bares e restaurantes. Com a inclusão de opções da culinária de diversos países, o Outback tem visto novos produtos performarem além do esperado.

Uma das iniciativas testadas durante a quarentena foi o lançamento de uma porção de coxinhas de costela. “Aproveitamos o dia nacional da coxinha (18 de maio) e entendemos que, durante a pandemia, poderíamos criar mais que um produto: um momento de descompressão”, diz Pierre Berenstein, presidente da Bloomin’ Brands (o grupo que controla o Outback) no Brasil.

Desenvolvido à distância com degustações via videoconferência, o aperitivo superou a meta de venda em 200% nos primeiros dez dias de campanha. O lançamento, que teve duração limitada, ampliou os pedidos totais de delivery do Outback em 11%.

Além do clássico brasileiro, a rede também apostou na culinária suíça, e lançou duas versões de fondue (de queijo e chocolate) preparadas para delivery. Na última semana – a primeira de comercialização – as vendas superaram a meta em 22%.

Da culinária americana, os hambúrgueres, que já integravam o cardápio, ficaram mais populares. “Percebemos uma diferença nos pedidos antes e depois da covid-19", diz Berenstein. “A categoria de hambúrgueres já vinha crescendo, e acabou sendo mais impulsionada.”

10 meses em 10 dias

A pandemia forçou o Outback a acelerar a implementação de seu sistema de delivery. Planejado para ocorrer em um período de dez meses, a operação passou a funcionar em apenas dez dias. “Tínhamos um processo de treinamento presencial de equipes, e fazíamos isso com um restaurante de cada vez. Aceleramos este modelo para entregar rapidamente o que estava programado para o ano”, explica Berenstein.

A rede já oferecia serviço de delivery em cerca de 60 lojas e, desde o início da quarentena, implementou a solução em outros 46 restaurantes. Hoje, 94% das unidades do Outback estão aptos a fazer entrega, tendo o iFood como principal parceiro.

A expansão da rede, planejada para este ano, foi pausada. O plano era abrir 15 novas unidades, das quais quatro foram inauguradas e duas, ainda em construção, serão mantidas – em Bauru (SP) e Lauro de Freitas (BA). “É quase um exercício de bola de cristal saber o que vai acontecer”, diz Berenstein. “Vamos continuar fazendo o que acreditamos: investir em vendas multicanal, usando a tecnologia para aproximar consumidores.”

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