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Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2013 às 17h45.
Na avaliação de Core, as empresas de telefonia no Brasil deverão a partir de agora focar mais na racionalização das suas operações. Até o ano passado, o crescimento se deu de forma desesperada, baseado em muito subsídio , diz.
O consultor diz que o país tem o desafio de desenvolver um modelo de serviço claramente segmentado em dois públicos: o A/B e o C/D. Na Europa, onde as diferenças sociais não são tão grandes, isso não se torna necessário , diz.
Stefano Core espera para 2004 fusões no mercado de telefonia móvel brasileiro. Ele não acredita que haja espaço para quatro operadoras no país. Nem na Europa, onde cerca de 90% da população possui celular, isso ocorre. O mercado lá suporta duas ou, no máximo, três companhias . No Brasil, onde a penetração é de 22%, há quatro grandes empresas operando Vivo, Claro, TIM e Oi e a Brasil Telecom promete entrar nessa briga ainda neste ano.
A estimativa da Value Partners é que, no final de 2006, 27,9% dos brasileiros possuam um celular. Mas será muito improvável que esse percentual um dia passe de 35% , diz Marco Bochi, também consultor da Value Partners.
Justamente porque esse volume nunca deve chegar ao mesmo nível da Europa é que Core defende ser essencial, no Brasil, que as empresa insistam na busca dos consumidores C e D, para gerar volume e, assim, reduzir os custos fixos, e simultaneamente gerem serviços para os consumidores A e B, que são os grandes geradores de receita.
Ele ressalta que, quando analisada apenas a população de maior renda, o percentual de penetração do celular é alto, comparável ao europeu. Chega a 92% na classe A e a 71% na B.
Hoje, 98% da receita das operadoras vêm dos serviços de voz, ou seja, dos simples telefonemas. Os outros 2% são das mensagens de texto. Para 2007, a consultoria estima que os serviços de voz respondam por 93% do faturamento, as mensagens de texto fiquem com 3% e os demais serviços, como acesso à internet e e-mail, mais rentáveis, representem 4%. Na Europa, esses serviços hoje já equivalem a 15% das receitas das operadoras e devem chegar a 25% em 2006.