Cufa pede doações para ajudar os moradores de favelas, que somam 15 milhões de pessoas (BSIP/UIG/Getty Images)
Rodrigo Caetano
Publicado em 23 de março de 2020 às 09h36.
Última atualização em 23 de março de 2020 às 20h17.
A filantropia tem se apresentado como uma ferramenta importante para combater o coronavírus. No mundo, as doações de grandes fundações e empresas já somam 1,9 bilhão de dólares. No Brasil, algumas fundações e organizações não governamentais começam a estruturar mecanismos para incentivar a população a doar dinheiro.
Nesta semana, será lançado o Fundo Emergencial para a Saúde – Conovarírus Brasil, uma iniciativa conjunta do Idis (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social), da BSocial e do Movimento Bem Maior, fundação criada pelos empresários Elie Horn, Rubens Menin e pelo apresentador Luciano Huck.
O fundo irá disponibilizar recursos para a Fiocruz, o Hospital das Clínicas e a Santa Casa de São Paulo, além da Comunitas, organização que está adquirindo respiradores que serão entregues ao Sistema Único de Saúde. Dependendo da arrecadação, outros beneficiários serão incluídos.
“Estamos vivendo uma crise singular e nosso sistema de saúde precisará de toda ajuda para enfrentá-la”, afirma Carola Matarazzo, CEO do Movimento Bem Maior. “Em momentos como esse, a responsabilidade de contribuir passa a ser de todos, sobretudo dos mais afortunados, afinal, se o sistema de saúde colapsar, o país todo vem junto”.
A meta do grupo idealizador do fundo é encorajar grandes filantropos a abrir a carteira. Globalmente, esse movimento tem sido intenso. Entre os maiores doadores, destaca-se as empresas de tecnologia chinesas, como Tencent e Alibaba, que, juntas, disponibilizaram mais de 300 milhões de dólares para combater a doença; e a Fundação Bill & Melinda Gates, que doou mais de 100 milhões. Os ricos brasileiros, no entanto, não se apresentaram na mesma medida.
Apesar do chamamento ser voltado aos mais ricos, o Fundo Emergencial para Saúde aceita qualquer valor de doação.
Em outra frente, a Central Única de Favelas (Cufa), organização que atua em favelas de todo o país, organizou uma vaquinha online para angariar recursos, que serão utilizados em programas de prevenção e mitigação da epidemia nas localidades em que ela atua.
Com mais de três décadas de atuação, essa é a primeira vez que a Cufa pede doações. “A situação é muito séria. Muitos moradores de favela ainda não caíram na real e não estão cumprindo a quarentena como deveriam”, afirma Claudia Rafael, coordenadora da Cufa de Paraisópolis, em São Paulo. “Estamos colocando toda a nossa força na conscientização deles, para que juntos a gente possa vencer mais essa luta”.
As favelas brasileiras concentram cerca de 15 milhões de moradores. ““O Coronavírus está preocupando toda a sociedade e a favela não está imune a ele”, diz Celso Athayde, um dos fundadores de entidade. A Cufa também está realizando uma pesquisa sobre o impacto do coronavírus nessas comunidades, em parceria com o Data Favela, empresa de pesquisas que faz parte da Favela Holding, grupo de empresas com atuação em favelas criado por Athayde. “Nosso objetivo é indicar soluções para que estes territórios sofram o menos possível”, afirma.
Para contribuir com o Fundo Emergencial de Saúde – Coronavírus Brasil, é preciso acessar o site https://www.bsocial.com.br/causa/fundo-emergencial-para-a-saude-coronavirus-brasil.
A Cufa disponibiliza duas formas de doação, diretamente ou por meio de uma plataforma de financiamento coletivo:
Central Única Das Favelas do Rio De Janeiro
CNPJ :06.052.228/0001-01
Bradesco – 237 Ag: 0087 C/C: 3582-3
Itaú – 341 Ag: 0402 C/C: 17369-4
Doações pela vakinha online:
https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ajude-a-cufa-a-ampliar-seu-combate-ao-coronavirus