Negócio aguarda última aprovação regulatória e pode ampliar em até 60% a operação de mídia do grupo (Scott Eells/Bloomberg)
Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais
Publicado em 22 de outubro de 2025 às 14h12.
Última atualização em 22 de outubro de 2025 às 14h16.
O Omnicom pretende concluir, até o fim de novembro, a aquisição do Interpublic Group (IPG), em um acordo avaliado em US$ 13,5 bilhões. A operação formará a maior holding global de publicidade em receita, superando Publicis Groupe e WPP.
A transação aguarda apenas a aprovação da União Europeia, último mercado a analisar o caso. Nos Estados Unidos, a Federal Trade Commission (FTC) autorizou o negócio em setembro. No Reino Unido, o aval foi dado em agosto pela Competition and Markets Authority (CMA).
“Juntos [com o IPG], emergiremos com o time mais talentoso da indústria e uma plataforma poderosa, projetada para acelerar o crescimento com vantagens estratégicas em dados, mídia, criatividade, produção e tecnologia”, afirmou John Wren, chairman e CEO do Omnicom, em comunicado. “Já estamos observando forte impulso com novas conquistas relevantes nas duas companhias, reforçando as oportunidades que essa aquisição cria.”
No trimestre, o Omnicom reportou receita de US$ 4 bilhões, alta de 4% na comparação anual, e crescimento orgânico de 2,6%. Os resultados foram impulsionados principalmente por América Latina (27,3%), Estados Unidos (4,6%), Oriente Médio e África (5,9%) e Reino Unido (3,7%). O lucro operacional somou US$ 530,1 milhões, queda de 11,7% no período.
Em teleconferência com analistas, Wren afirmou que as principais sinergias com a IPG estão no negócio de mídia, no portfólio de saúde e na vertical de marketing de precisão, segundo o portal Marketing Dive. Ele afirmou que a aquisição também reforçará a disputa do grupo no uso de inteligência artificial (IA) aplicada ao marketing. Após a integração, a companhia lançará o Omni Plus, sistema operacional de marketing apoiado por ativos da IPG, como a Acxiom.
O executivo projeta que o negócio de mídia e publicidade do Omnicom poderá crescer entre 50% e 60% com a incorporação da IPG. No terceiro trimestre, essa divisão já havia avançado 9% na comparação anual. “Fundamentalmente, a prova está nos resultados e os orçamentos não foram realmente reduzidos ou cortados”, disse Wren. “Eu não diria que todos estão eufóricos, mas todos enfrentaram a maior parte dos desafios deste ano e começam a enxergar o outro lado.”
Outras áreas apresentaram desempenho inferior: a divisão de saúde recuou 2% organicamente; branding e comércio no varejo caíram 17%; e marketing de precisão cresceu menos de 1%. Wren reconheceu que a unidade de consultoria “enfrentou obstáculos”, mas afirmou ver “melhora adiante”.
No campo de IA, o CEO destacou que o framework agentivo do Omnicom é hoje a plataforma de crescimento mais rápido da história do grupo. O lançamento oficial será realizado na CES, em janeiro. Segundo o executivo, a tecnologia já ajudou a companhia a vencer uma nova conta no setor automotivo.
O processo de aprovação do negócio teve exigências adicionais. Em setembro, Omnicom e IPG aceitaram ordem da FTC que proíbe as empresas de direcionar investimentos publicitários com base em visões políticas ou ideológicas, o que pode afetar práticas de brand safety.
Os custos de integração também avançam. De acordo com o Marketing Dive, as despesas de SG&A ligadas ao acordo somaram US$ 61 milhões no trimestre, e os pagamentos relacionados a aquisições chegaram a US$ 88 milhões no período encerrado em 30 de setembro.