Marketing

O que o sound branding pode fazer pela sua marca

Empresas precisam saber qual é a música que toca o coração do consumidor

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2011 às 11h23.

Rio de Janeiro - Mais do que criar uma identidade sonora, o sound branding propõe levar o som da maneira adequada para todos os pontos de contato da marca com o consumidor.

Ainda pouco explorado no Brasil e no mundo, o conceito vem ganhando destaque por meio de companhias como Intel, Mercedes-Benz e Motorola. Por aqui, já somamos cases de marcas como Banco do Brasil, Embratur, Unimed e Fashion Mall.

A ideia é estruturar o projeto da forma como uma empresa de branding faria: estudando a marca, o público-alvo e vendo dados de pesquisas. Mas o sound branding vai adiante, mais precisamente até os atributos de personalidade, utilizando arquétipos.

Como se a marca fosse uma pessoa, as empresas definem artistas, estilos musicais e sons compatíveis com cada perfil. Assim, é possível alcançar o consumidor da maneira que mais lhe agrada.

Na entrega, o sound branding sonoriza desde a chamada em espera até os filmes, passando pela cancela do shopping, o mobile, o online, o ponto de venda e o som do produto, explica Zanna, diretora criativa e sócia da Zanna Sound.

A agência, sediada no Rio de Janeiro, é a primeira de som da América Latina e uma das 17 empresas do segmento no mundo associadas à Audio Branding Academy, fundada na Alemanha, em fevereiro de 2009.

Música para o coração

Para quem está interessado em apostar no conceito, o primeiro passo é entender as diferenças. A maioria das empresas ainda realiza o chamado "music branding", o que significa estudar o mínimo sobre a marca e criar uma seleção musical para um evento ou ponto de venda.


O sound branding não cria apenas a assinatura sonora. Ele permite desenvolver elementos como uma música proprietária, aplicada na chamada de espera do SAC ou no filme publicitário, e uma rádio customizada para o ponto de venda.

A música também permite que a marca chegue ao coração dos consumidores, aquecendo a relação com o público e podendo tornar-se uma love brand.

Para comemorar os seus 200 anos, o Banco do Brasil transformou os conceitos ligados à instituição, como sustentabilidade, tradição e solidez, em sons que deram origem a um tema musical.

O mesmo foi realizado pela Zanna Sound para a Unimed-Rio, a partir de um estudo de branding feito pela agência Tátil. A Embratur também escolheu o sound branding para promover a marca Brasil  no mundo. O projeto deu origem ao tema musical do filme publicitário que divulga o país como destino turístico.

Já o Fashion Mall utilizou a metodologia para desenvolver a sua rádio customizada, com vinhetas próprias. Com a iniciativa, o shopping carioca conseguiu definir as diretrizes para o repertório, o tema musical e a voz da marca. O centro comercial ganhou ainda sons para a cancela e chamada em espera bem diferentes do tradicional e um evento proprietário, o Fashion Gigs.

Sem errar

Com o sound branding também é possível atuar nas escolhas de patrocínio, ao definir a personalidade de uma marca. Se a conclusão é de que a empresa está mais ligada à música clássica, por exemplo, não seria recomendado associar a imagem a um evento de rock ou samba. O que pode parecer óbvio, ainda é explorado de forma superficial. Mesmo que a comunicação esteja baseada na relação áudio-visual, o segundo pilar acaba ocupando a maior parte dos investimentos. 


O ideal seria que o áudio, de fato, tivesse 50% de importância nesta equação. Na loja, uma marca pode perder até 28% das vendas em função de um som inapropriado e o aproveitamento dos funcionários cai em até 60% quando ele trabalha em locais com muito impacto sonoro, destaca Zanna.

Os canais de atendimento por telefone também são lembrados pela profissional. Quantas pessoas ligam para a sua empresa por dia? Este é um ponto de contato puramente sonoro que não está sendo cuidado.

Quando a atenção e os investimentos sobre estes pontos crescem, a primeira vantagem é o aumento da percepção da marca. O quase amadorismo e a falta de informação do mercado, no entanto, acabam resultando em erros comuns. Não adianta olhar para o mercado e querer fazer igual.

Muitas vezes o cliente, por desconhecimento, pede que uma produtora crie a assinatura sonora como a da Intel. Este é o maior erro, a Intel é a Intel. Se a natureza do negócio é diferente, o som também será diferente. Cada marca é uma marca e precisa ser estudada. É uma questão de lógica. Usamos as pesquisas para saber como o público percebe determinado som e se estamos no caminho certo. Depois de tudo isso, a empresa está pronta para vestir a marca de som em qualquer ponto de contato, diz Zanna.

Conheça a rádio customizada do Fashion Mall:

https://youtube.com/watch?v=p1yXjyQCWbw

Acompanhe tudo sobre:Indústria da músicaArteMúsicaEntretenimentoMarcasestrategias-de-marketing

Mais de Marketing

A aposta da Puma no 'esporte fitness que mais cresce no mundo'

OpenAI aposta em narrativa humana na maior campanha global do ChatGPT

Skincare de luxo ganha força com ativações na Paris Fashion Week

Aperto de mãos vira cupom e rende ao Mercado Livre a melhor Black Friday da história