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O que a sua marca pode aprender com as séries 'Ruptura' e 'The Last of Us'

Conexão emocional e minimalismo estão entre as estratégias compartilhadas pelos showrunners para o sucesso das produções

Ben Stiller no SXSW: "Você não faz algo pensando que vai viralizar. Um viral simplesmente acontece" (Divulgação)

Ben Stiller no SXSW: "Você não faz algo pensando que vai viralizar. Um viral simplesmente acontece" (Divulgação)

Soraia Alves
Soraia Alves

Repórter Especial

Publicado em 10 de março de 2025 às 15h00.

Última atualização em 10 de março de 2025 às 18h25.

AUSTIN, TEXAS - Existe uma dica que frequentadores do SXSW oferecem com unanimidade para quem vem ao festival pela primeira vez: esteja aberto às possibilidades. Isso significa que, entre outras coisas, aprendizados podem surgir de experiências não óbvias. É exatamente por isso que muitos criativos mergulham em diferentes trilhas ao longo do festival, tentando encontrar insights que não conseguiriam seguindo apenas um tema específico.

Neste contexto, quem acompanhou os painéis das séries ‘Ruptura’, da Apple TV+, e ‘The Last of Us’, da Max, conseguiu pincelar algumas estratégias que podem ser bem úteis para os negócios.

Embora tenham origens diferentes – ‘Ruptura’ é uma história criada do zero, enquanto ‘The Last of Us’ é uma adaptação do game homônimo – as duas produções se passam em realidades distópicas. Ainda assim, os showrunners de ambas destacaram uma mesma característica que, segundo eles, é o "grande segredo do sucesso": conexão emocional.

Para Ben Stiller, produtor executivo e diretor de ‘Ruptura’, ver que o público consegue se conectar com os personagens de uma realidade tão diferente é surpreendente. “Sabemos que qualquer boa narrativa sempre vai depender da conexão emocional. Mas tem sido divertido acompanhar como o público vai além do conceito original e distópico da série, e como tudo se torna algo sobre relacionamentos e histórias com as quais você se conecta e se envolve”, avalia.

A ideia é compartilhada por Craig Mazin, co-criador e roteirista de ‘The Last of Us’. Para ele, ainda que a produção da HBO tenha certa vantagem mercadológica por ser a adaptação de um projeto bem-sucedido, foi a conexão que o público desenvolveu com os personagens interpretados por Bella Ramsey e Pedro Pascal que garantiu à série replicar o sucesso do game.

Alcance geral por meio do minimalismo

A participação de Ben Stiller no SXSW foi ao lado de Eddy Cue, vice-presidente sênior de serviços da Apple (incluindo AppleTV+). Do ponto de vista mercadológico, o executivo acredita que ‘Ruptura’ se tornou a série mais vista da história da AppleTV+ também por fazer parte de uma estrutura que prioriza qualidade e não escala.

"Para inovar, você não pode ser igual aos outros. Uma das coisas que tentamos fazer é pensar em algo mais avançado e, então, arriscamos. Se você se concentrar em fazer poucas coisas e fazê-las muito, muito bem, você vai ter sucesso. E é por isso que não fazemos muitos produtos e fazemos muitos programas”, revela Cue. “Quando pensamos em nossas séries e filmes, não os projetamos para um pequeno grupo de pessoas. Nós os projetamos para todos consumirem. A Apple escolhe seus projetos com muito cuidado”.

Uma boa ação de marketing nunca é demais

Ainda que fosse muito aguardada pelos fãs, a segunda temporada de ‘Ruptura’ contou com uma ação de marketing de peso para a sua estreia. No dia 14 de janeiro, a Apple criou uma instalação pop-up em Nova York replicando o principal cenário da série – o escritório da Lumon. A ativação contou ainda com a presença dos atores da produção.

“Originalmente, pensamos em levar atores cosplay vestidos como os personagens e, talvez, chamar alguém do elenco real. Mas, Adam Scott disse ‘nós todos temos que entrar fazer isso.' E foi assim que a ação viralizou, por ser algo muito diferente e muito especial”, contou o diretor.

Por insistência de Stiller, a instalação tinha que durar pelo menos três horas. A ação não foi previamente anunciada, sendo apenas revelada no dia, logo depois que o elenco principal, Adam Scott, Britt Lower, Zach Cherry e John Turturro, já estavam dentro do espaço, fingindo trabalhar.

“Você não faz algo pensando que vai viralizar. Um viral simplesmente acontece. Mas funcionou”, avalia Stiller.

*A jornalista viajou a convite de Ifood Benefícios

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