Marketing

Muito além do orçamento: o marketing sob a perspectiva do CFO e do CEO

Executivos do Clube CMO destacam a importância do alinhamento estratégico entre marketing e finanças e trocam insights para uma gestão de marca mais eficaz

Marcelo Tripoli, CEO da Zmes, Tulio Landin, CEO da Dengo, Gustavo Bassetti, sócio da gestora Just Climate;,e André Pazeta, CFO da Smart Fit (Eduardo Frazão)

Marcelo Tripoli, CEO da Zmes, Tulio Landin, CEO da Dengo, Gustavo Bassetti, sócio da gestora Just Climate;,e André Pazeta, CFO da Smart Fit (Eduardo Frazão)

Juliana Pio
Juliana Pio

Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais

Publicado em 7 de agosto de 2024 às 19h57.

Última atualização em 7 de agosto de 2024 às 19h59.

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Como conciliar a construção de reputação de uma marca com um orçamento limitado? Esse foi um dos temas discutidos no 6º encontro do Clube CMO, que reuniu executivos de grandes empresas, como Braskem, Cogna, Livelo, Renault, DPSP, Grupo Boticário e Reckitt, nesta terça-feira, 6, na nova sede da EXAME, na zona oeste da capital paulista.

Promovido pela EXAME em parceria com a agência Zmes, o evento discutiu o papel do marketing sob as perspectivas de CFOs (diretores financeiros) e CEOs (diretores-executivos). O encontro contou com a contribuição especial de Tulio Landin, CEO da Dengo; Gustavo Bassetti, sócio da gestora Just Climate; e André Pazeta, CFO da Smart Fit.

De acordo com Leonardo Cirino, CMO da EXAME, os profissionais de marketing enfrentam cada vez mais o desafio de trabalhar com dados que fundamentam suas decisões. Além disso, não raro, executivos com formação em engenharia e áreas exatas têm assumido papéis de liderança em empresas de mídia e cargos de CMO.

“A relação, muitas vezes tumultuada, entre marketing e finanças tem gradualmente encontrado um caminho de parceria. Nosso objetivo é explorar e fortalecer essa colaboração, promovendo um ambiente onde CMOs, CEOs e CFOs possam compartilhar indicadores, formatos e aprendizados que ajudam a gerir suas marcas de forma mais eficaz e integrada”, diz Cirino.

Para Marcelo Tripoli, CEO da Zmes, o marketing foi por muito tempo visto como uma ‘caixa preta’ para outras áreas da empresa. “Muitas vezes, é considerado um gasto discricionário e tem seu orçamento cortado quando a empresa enfrenta dificuldades", afirma.

Segundo o executivo, essa percepção tem mudado nos últimos anos, especialmente com a evolução do marketing digital, que trouxe maior responsabilidade e performance, facilitando a medição do retorno sobre o investimento das estratégias.

“Mas o marketing de construção de marca e awareness ainda são difíceis de medir. Muitos questionam se os indicadores comumente utilizados realmente refletem valor para a empresa. Embora não exista uma resposta completamente precisa, metodologias econométricas, como os modelos de atribuição, podem ajudar a avaliar esses impactos", diz.

Para André Pazeta, CFO da Smart Fit, a solução envolve um alinhamento claro entre a companhia e a diretoria sobre os objetivos de curto, médio e longo prazo e a alocação do orçamento. “Por exemplo, podemos decidir investir uma parte do orçamento em iniciativas que não trarão resultados imediatos, mas que são fundamentais para o sucesso daqui a três anos. Trata-se de encontrar o equilíbrio certo,” explica.

CEO da Dengo e contador de formação, Tulio Landin já passou por empresas como Track&Field e NFL, sempre priorizando um plano estratégico bem definido. "Mesmo qualitativamente, discutimos o valor da marca e como queremos desenvolvê-la.”

A meta da Dengo para os próximos seis anos é ter 250 lojas em todo o Brasil. “Nesse contexto, analisamos se a marca precisa mudar, quais atributos deve ter e como alcançar esses objetivos. No curto prazo, não fazemos mudanças drásticas, mas traçamos um plano que, de forma mais qualitativa do que quantitativa, estima o que precisa acontecer para atingirmos as metas e quais serão os investimentos ao longo dos anos,” afirma Landin.

“O jeito mais eficiente de medir a combinação entre marketing de performance, marketing de investimento e marketing de longo prazo é o CAC (Custo de Aquisição de Clientes), mas medido de forma honesta ao longo dos anos, e não mensalmente. Em minha opinião, o LTV (Valor do Tempo de Vida do Cliente) é uma estimativa imprecisa e não deve ser considerado,” afirma Gustavo Bassetti, sócio da gestora Just Climate, com passagens pela CVC Capital Partners e pelo GIC (Government of Singapore Investment Corporation).

Segundo o executivo, em empresas privadas, em que há um plano de investimento com início, meio e fim, é possível definir uma estratégia de cinco a sete anos e ajustá-la conforme necessário, oferecendo ao CMO uma visão clara. “Já em empresas listadas na bolsa, onde é necessário reportar resultados trimestrais, esse processo se torna mais desafiador. Mas se tivesse que escolher uma métrica, o CAC ao longo do tempo seria a ideal", finaliza.

Como funciona o Clube CMO

O Clube CMO é destinado a líderes de marketing das organizações. Sendo assim, podem participar CMOs, vice-presidentes e diretores que sejam insight-first, pessoas curiosas que buscam troca de conhecimento sobre o mercado publicitário. Os novos associados são selecionados pela diretoria da EXAME e da Zmes, além de um comitê executivo convidado.

Os associados participam de jantares de relacionamento, encontros de learning com especialistas nos temas abordados. Os membros têm participação ativa no conteúdo da EXAME, por meio de podcast, matérias de cobertura dos eventos e coluna do Clube CMO. A iniciativa tem patrocínio da HYPRNEOOH, Spark, Topsort e conta com apoio da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA).

Veja quem participou do 6º Clube CMO

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