Marketing

Mercado de eventos viverá década de ouro

Resultados de 2010 e compromissos futuros enchem players do setor de esperança

Paul McCartney: ex-Beatle fez dois shows em São Paulo (Kevork Djansezian)

Paul McCartney: ex-Beatle fez dois shows em São Paulo (Kevork Djansezian)

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Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2011 às 16h16.

São Paulo - Ao olhar a agenda de eventos do ano que passou, a impressão que se tem é de que o mundo descobriu o Brasil. Paul McCartney, Norah Jones, Aerosmith, Guns n’ Roses e Bon Jovi foram alguns dos destaques do ano passado. Sem falar nas grandes festas que reuniram várias atrações no mesmo espaço, como os festivais SWU e Planeta Terra.

O bom momento dos eventos no Brasil deve continuar nos próximos anos. “É uma década de ouro”, disse Alexis Pagliarini, vice-presidente da Ampro (Associação de Marketing Promocional). O executivo lembra que, além da Copa de 2014 e dos Jogos Olímpicos, o Brasil sedia os Jogos Mundiais Militares, neste ano, e pleiteia ser sede da Expo Mundial, em 2020.

“O mercado de eventos vai crescer mais. As marcas vão criar eventos de brand experience porque querem fazer o consumidor lembrar da marca”, falou Augusto Cruz Neto, sócio-presidente da Mood, responsável pelo retorno dos bailes de Carnaval carioca neste ano.

Foram três os principais fatores de crescimento do mercado de eventos em 2010 no Brasil. O primeiro deles é a melhora na renda do brasileiro. Em segundo lugar, o baixo preço do dólar e, em terceiro, a crise na Europa e nos Estados Unidos, que fez com que o show business olhasse para o Brasil como uma opção. “Com o resto do mundo em crise, ocorreu uma migração para a América Latina, principalmente para o Brasil”, disse Helder Castro, diretor geral da Total On Demand e do SWU.

A Ampro não tem números apenas dos eventos, mas o mercado de marketing promocional como um todo apresentou aumento expressivo no último ano. O faturamento do setor subiu de R$ 29 bilhões, em 2009, para R$ 33 bilhões (estimativa), em 2010, o que representa um crescimento de 15%. “Só por observação, percebemos um crescimento exponencial nos eventos, muito além dos 15%”, falou Pagliarini.

Segundo o executivo, a atividade esportiva gera muitos eventos e as empresas estão se preparando para receber os grandes jogos. “Ao montar uma estrutura, a empresa de marketing esportivo não pode esperar a Copa ou as Olimpíadas porque precisa de um portfólio para conquistar os clientes e deve começar a trabalhar já”, disse o vp da Ampro. José Boralli, presidente da b!ferraz, é da mesma opinião. “Estamos vivendo um pré-aquecimento de um grande jogo. A cada evento as agências são avaliadas se  estão capacitadas, assim como as marcas também avaliam o que é capaz de gerar recall”, explicou Boralli.

Engana-se quem acredita que apenas o eixo Rio-São Paulo vai se beneficiar dessa boa fase. Outras praças também podem pegar carona no crescimento dos eventos. É o caso de Porto Alegre (RS) que tem entrado na lista dos artistas internacionais, como Paul McCartney. “Porto Alegre está em uma localização geográfica privilegiada, entre São Paulo, Buenos Aires e Santiago. Estamos organizados para viabilizar a vinda de vários artistas”, disse Flávio Steiner, diretor de eventos do Grupo RBS, que trouxe o ex-Beatle para o Rio Grande do Sul pela primeira vez.

Uma prova de que o mercado de eventos não para de evoluir é que os grandes grupos de comunicação têm criado áreas específicas para cuidar do setor. “No ano passado, o Talkability passou a ter uma empresa independente de eventos, a Bullet Eventos, que incorporou a Boom, porque o volume cresceu muito”, contou Leandro Wyatt, diretor da Bullet Eventos. Entre os trabalhos desenvolvidos pela agência estão o estande da Volkswagen no Salão do Automóvel e o lançamento do SpaceFox.

Entre as novidades que surgiram em 2010 está o Risadaria. O evento realizado no Pavilhão da Bienal, em São Paulo, em março do ano passado, pela Infinito Cultural, reuniu produções nacionais de comédia em diferentes mídias: cinema, rádio, TV, internet, cartum e teatro. “Decidimos fazer algo nos moldes do que o Fashion Week faz com a moda e a CasaCor com a decoração”, explicou Fauze Jibran, diretor de operações da Risadaria. A Infinito Cultural também foi criada pelos executivos da Motivare a partir da demanda de eventos. “A gente percebeu nos últimos anos que tinha um nicho bem interessante surgindo em conteúdo cultural para eventos proprietários”, disse Jibran.

Outro evento de destaque de 2010 foi o SWU Music and Arts Festival, um evento de música, artes e consciência que reuniu mais de 164 mil pessoas  em uma fazenda, no interior de São Paulo. O show é parte de uma ação maior que busca engajar os cidadãos na sustentabilidade, lançada em junho. Em quatro meses, o movimento tinha mais de 150 mil seguidores e fãs nas redes sociais. “Devemos fazer o show anualmente. Para este ainda estamos definindo o lugar e o dia. Temos o interesse de várias cidades, mas como é um movimento, o plano diretor do município precisa ter um trabalho de sustentabilidade”, disse Castro.

As ações de sustentabilidade do SWU já iniciaram neste ano com o lançamento do livro infantil “5Rs por um mundo melhor”, de Rony Fischer. “Vamos expandir em várias frentes, principalmente entre os universitários e o público infantil”, falou Castro. Na mesma linha de festival, mas como um evento proprietário, o Planeta Terra, realizado pela b!ferraz, se destacou em 2010. “O evento foi um sucesso. Teve sold  out antes de abrir as vendas”, falou Boralli.

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