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Marketing do Banrisul tem novas regras

Conselho de administração da instituição vai monitorar a área

A nova medida foi adotada a partir da divulgação da Operação Mercari (.)

A nova medida foi adotada a partir da divulgação da Operação Mercari (.)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2010 às 20h13.

São Paulo - Todas as ações de marketing do Banrisul estão sob novas regras. Mensalmente, o conselho de administração do Banrisul vai discutir e acompanhar o que está sendo feito.  A nova medida foi adotada a partir da divulgação da Operação Mercari, que investiga suposto desvio de verbas nas ações de marketing do banco. Serão fixados critérios que orientarão a escolha de patrocínios, anúncios e promoções.

Na última segunda-feira (6), o banco tomou como medida suspender todos os projetos futuros do departamento de marketing até o esclarecimento dos fatos. Na mesma ocasião, Ildo Musskopf, ex-gerente geral da agência central do Banrisul em Porto Alegre, foi anunciado como novo diretor de marketing do banco. Ele substitui Walney Fehlberg, preso no início da Operação Mercari e solto na semana seguinte, bem como os outros envolvidos.

O presidente Mateus Bandeira anunciou o início de uma sindicância para investigar a suposta fraude. "Vamos avaliar um conjunto de informações que serão reunidas tanto para viabilizar a responsabilização dos supostos infratores quanto, de outro lado, avaliar se houve algum tipo de prejuízo do ponto de vista do aumento do risco operacional do banco com danos à imagem em função de um eventual risco político", diz o advogado Fabio Medina Osório. A partir de uma denúncia, o fato virou escândalo e até o momento nada foi provado ainda, a não ser a quantia em dinheiro encontrada que soma R$ 3 milhões. Os quatro presos na Operação Mercari foram soltos por terem residência fixa, mas vão prestar depoimentos.

Enquanto os fatos são apurados, as agências envolvidas sofrem as consequências. A SLM, com 23 anos de atuação no mercado, teve o contrato de parceria rompido bruscamente com a Ogilvy. A Gerdau, que era atendida pelas duas agências, cancelou contrato com a SLM e deixou a conta na Ogilvy. "Vamos aguardar os desdobramentos do caso", diz o advogado da SLM, José Antonio Paganella Boschi. "Isso sempre é muito ruim. A agência perdeu um contrato e acabou sofrendo prejuízo por conta disso".

A DCS, também envolvida na Operação Mercari e que está entre as maiores e mais criativas do Sul, sofre danos de imagem. A agência segue operando normalmente com os demais clientes como Olympikus, Azaléia, Tramontina, porém os sócios não estão falando com a imprensa. O diretor financeiro da DCS, Armando D’Elia Neto, está solto e continua prestando depoimentos para explicar a origem do dinheiro encontrado na agência.  "Não questionamos o mérito, mas o caráter espalhafatoso da divulgação da operação", comenta o advogado Fábio Medina Osório, contratado para representar o Banrisul.

Para o mercado publicitário, os danos vão além das duas agências envolvidas, afetando a classe como um todo. "A situação é muito ruim para o mercado em geral. O mercado estava se recuperando do caso do Marcos Valério. Mesmo que até agora se tenha suposições, somente com a divulgação do caso a imagem do setor fica abalada", avalia Airton Rocha, presidente do capítulo Rio Grande do Sul da Abap.

A Abap/RS adianta que vai trabalhar para recuperar a imagem do setor. "Pode parecer que há irregularidades no setor como um todo. Mas não existe isso. É um fato pontual", opina Rocha. Ele complementa: "Em qualquer atividade há os bons e os maus. O setor todo parece que está contaminado e não é verdade. As agências em geral estão trabalhando corretamente", diz.

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