Campanha Orgulho LGBT+ da Ambev é repostada, desta vez, contra a PL504 (Ambev/Divulgação)
Marina Filippe
Publicado em 22 de abril de 2021 às 15h12.
Última atualização em 22 de abril de 2021 às 22h20.
O Projeto de Lei nº 504/2020, que visa proibir a publicidade através de qualquer veículo de comunicação e mídia, e de material que contenha alusão a diversidade sexual e de gênero a partir da presença ou referência aos LGBTQIA+, seria votado nesta quinta-feira, 22, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Mas, segundo fontes do mercado, teve a votação adiada para a próxima semana.
O projeto de autoria da deputada estadual Marta Costa (PSD) alega que "o uso indiscriminado deste tipo de divulgação traria real desconforto emocional a inúmeras famílias além de estabelecer prática não adequada a crianças que ainda, sequer possuem, em razão da questão de aprimoramento da leitura (5 a 10 anos), capacidade de discernimento de tais questões".
Diante disto, os movimentos sociais, pessoas públicas e as agências de publicidade passaram a se posicionar contra o projeto. Hoje as marcas também se manifestam. Dentre elas, estão grandes empresas como Avon, Facebook, C&A, 99, Tim, Amstel, Alpargatas, Unilever, Sodexo, Doritos, Coca-Cola, Accor, Mastercard, Johnnie Walker, Ambev, O Boticário, Quem disse berenice? e muito mais. Os posicionamentos são acompanhados dos usos das hashtags #abaixopl504 e #lgbtnãoémáinfulência.
"O dia de hoje pode ser considerado histórico. Nunca antes tantas organizações se manifestaram a favor da diversidade. Empresas costumam ser reticentes a se envolver com a política, mas parecem começar a entender que precisam participar dos principais debates do País. É uma questão de coerência. Que o movimento venha acompanhado de ações concretas de combate ao preconceito e discriminação”, afirma Ricardo Sales, pesquisador, consultor de diversidade e sócio-fundador da Mais Diversidade. Sales tem contabilizado em suas redes sociais as empresas que estão se posicionando. "Até o fim do dia teremos um relatório parcial de quantas são".
Segundo Fernando Serec, presidente do TozziniFreire Advogados, o projeto tem chance de ser aprovado, mas a mobilização pode mudar o ato. "É um projeto preconceituoso e inconstitucional a invasão da esfera federal neste tipo de legislação, mas que, infelizmente, tem chance de aprovação", diz.
Veja abaixo algumas manifestações de marcas: