Campanha da Novalfem: Preta Gil participou de comercial (Reprodução)
Guilherme Dearo
Publicado em 15 de junho de 2015 às 14h30.
São Paulo - A marca Novalfem, responsável pelo comercial que chamava as dores da cólica menstrual de "mimimi" (frescura), cancelou a sua campanha.
A decisão se deu após centenas de reclamações de mulheres que ficaram ofendidas com a abordagem da marca. Elas deixaram claro que as reclamações não são frescura e que cólica é assunto sério, mesmo porque há mulheres que sofrem de endometriose.
Em um comunicado, a marca explicou: "A opinião de nossos consumidores sempre foi importante para nós e, em consideração a eles, decidimos interromper a campanha #SemMimimi, de Novalfem".
"Lamentamos, sinceramente, que pessoas tenham se sentido desrespeitadas pela iniciativa pois, de maneira alguma, tivemos a intenção de minimizar ou desqualificar a dor de quem a sente", completou.
A cantora Preta Gil, garota-propaganda do comercial que fazia parte da campanha, comentou em sua conta no Instagram sobre o cancelamento
Ela se solidarizou com as mulheres que se sentiram ofendidas com a marca e disse que, quando aceitou o convite para o trabalho, não considerou que havia algo de errado.
"Quando fui convidada para fazer a campanha #SemMimimi, fiquei muito feliz e achei a ideia super divertida e pra cima. A campanha nasceu para discutir um assunto sério de uma forma leve, humorada, que tem tudo a ver comigo. Em nenhum momento enxerguei como algo machista ou que desmerecesse quem sente cólicas fortes. Mas o fato foi que muitas mulheres se sentiram desrespeitadas. Li muitas coisas e me solidarizo com a maioria dos depoimentos e em consideração a elas, a campanha foi interrompida. Muitos beijos com carinho, Preta", escreveu.
O comercial já foi retirado da página da Novalfem no Facebook.
O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) já abriu um processo para apurar o caso, depois de receber reclamações de alguns consumidores. Mas, seja qual for a decisão, a marca já decidiu retirar do ar as peças publicitárias.
Geralmente, o conselho (que tem efeito regulatório, não toma medidas de caráter legal) acaba pedindo uma alteração na campanha ou sua imediata suspensão.