McDonald's: vídeo é "ultrajante, enganoso e injusto com consumidores do McDonald's" (McDonald's/Reprodução)
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2010 às 18h21.
São Paulo - Um comercial divulgado nesta semana nos Estados Unidos tem promovido a ira da rede McDonald's e, por extensão, de outras empresas globais de fast-food, atingidas pelo forte conteúdo da campanha.
Financiado pelo Comitê de Médicos para uma Medicina Responsável (PCRM, na sigla em inglês), sediado em Washington, o vídeo mostra um homem de meia idade, com excesso de peso, deitado sobre um leito de necrotério. Na mão direita, o recém falecido ainda segura um hamburguer parcialmente mordido.
A cena continua com os famosos arcos dourados do McDonald's contornando os pés do personagem e uma frase claramente inspirada no famoso slogan da rede "I'm lovin'it" modificada para "I was lovin'it". O vídeo termina com uma narração que diz, em uma tradução livre: "Colesterol alto, pressão alta, ataques cardíacos. Hoje à noite, adote o vegetarianismo".
De acordo com o site britânico guardian.co.uk, a campanha foi duramente criticada pela Associação Nacional de Restaurantes, que acusou-a de "irresponsável", dizendo que foi uma "tentativa de assustar o público com uma visão 'limitada' da nutrição". Um porta-voz do McDonald's respondeu ao vídeo chamando-o de "ultrajante, enganoso e injusto com todos os consumidores do McDonald's".
A diretora de educação nutricional do PCRM, Susan Levin, manteve-se irredutível frente à indignação da empresa: "O McDonald's é uma das maiores cadeias de fast-food do mundo. Seu nome e os seus arcos dourados são instantaneamente reconhecíveis. Estamos abrangendo, assim, todas os restaurantes fast-food quando falamos no McDonald's".
O comercial, que será exibido inicialmente na área de Washington, mas potencialmente em outras cidades dos EUA, vem em meio a um debate cada vez mais forte nos EUA sobre alimentação saudável, com enfoque principalmente na obesidade infantil. No Brasil, o debate americano desencadeou um estudo da Anvisa sobre a adoção de regras para restringir a publicidade de alimentos, dando início a um verdadeiro embate com empresas alimentícias e agências de publicidade.
Assista ao comercial:
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