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GT1: dos videogames a Interlagos, marcas de luxo disputam liderança

"Nossa audiência é jovem e está na internet e nos games", diz Stephane Ratel, CEO da SRO Motorsports Group, organizadora do mundial de Gran Turismo

Stephane Ratel, CEO da Motorsports Group, organizadora do GT1: "Nossa audiência está nos games" (Rafael Cusato/EXAME.com)

Stephane Ratel, CEO da Motorsports Group, organizadora do GT1: "Nossa audiência está nos games" (Rafael Cusato/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2010 às 00h17.

São Paulo – Considerado a Fórmula 1 dos superesportivos, o FIA GT1 coloca em disputa neste fim de semana(26 a 28) modelos luxuosos de Gran Turismo como Aston Martin DB9, Corvette Z06, Ford GT, Lamborghini Murciélago RS-V, Maserati MC 12 e Nissan GT-R . Os carros, que já passaram por oito grandes circuitos do mundo, participam da penúltima prova do campeonato, de onde seguirão para São Luis, na Argentina, para a final.

Com uma história que começou em 1997, o GT é um campeonato que envolve carros que podem ser encontrados no mercado. Diferente da Fórmula 1, em que os veículos recebem investimentos vultosos e precisam de inovações constantes, a categoria Gran Turismo (de onde vem a abreviação GT do nome) é uma categoria “mais barata”, disputada por superesportivos de alto desempenho, projetados para serem dirigidos por longas distâncias e preparados para competição. “Nós somos muito baratos”, diz Stephane Ratel, CEO da SRO Motorsports Group, empresa responsável pela organização do GT1 da FIA. “Os carros do GT1 são classificados em uma categoria turismo, e um carro de turismo não entra costumeiramente em corridas. Esses carros já são produzidos com boa performance, então, com pequenas modificações, podemos fazer deles, carros de corrida.” Segundo o empresário, o investimento médio dispensado a um carro de gran turismo por equipe é de US$ 1 milhão por temporada. Na  Fórmula 1, esse valor pode variar de US$ 100 até 400 milhões. “Para dez corridas em três continentes, portanto, não é ruim”, enfatiza Ratel. 

A estratégia de negócios seguida pela SRO, além envolver contratos de patrocínio com marcas como Nissan e Michelin, traça duas direções bem definidas: o desejo de consumo gerado pelas marcas de luxo e uma audiência nova e jovem que, diferente do que acontece na Fórmula 1, não é impactada pela televisão. “Primeiro, nós criamos um apelo pela luxúria procurando por potenciais compradores de marcas de luxo. Para abraçar esse nicho de mercado, buscamos parcerias com canais frequentados por essas pessoas. Gente que gosta de Maserati, de Lamborghini, Aston Martin... Buscamos atingir o tipo de cliente dos nossos carros”, explica Ratel. 

O GT1 ganhou projeção mundial ao abocanhar principalmente uma nova audiência que vem de games como Need for Speed e de consoles como PlayStation.  Com visuais inspirados nos mangás japoneses, os carros que disputam o campeonato ganharam versões virtuais e povoaram o imaginário dos fãs dos jogos de corrida. É esse o público visado pela SRO no GT1. Segundo Stephane Ratel, a audiência  da Fórmula 1 é feita de um público mais antigo, que cresceu vendo campeonatos pela televisão e que não migrou esse hábito para a internet.

Foi justamente nessa brecha que a empresa viu uma oportunidade para o GT1. “O Need for Speed, por exemplo, que acabou de ser lançado, é um dos grandes jogos de videogame do mundo, e é onde se pode encontrar o GT1 e o GT3. Isso nos traz um espaço particular para as marcas presentes em nossos campeonatos. Eles (o público) amam esses 'mangá cars'. Então eu acredito que com a audiência mais jovem é que está nossa chance. É por isso que buscamos impactar diretamente os jovens. Tenho um filho de dezesseis anos e observo o que ele gosta. Essas crianças não querem TV; elas passam uma vida na internet”. 

Quando questionado sobre a importância do mercado brasileiro para o negócio, Ratel vai direto ao ponto:  “O Brasil faz parte dos Brics - Brasil, Rússia, Índia e China -, e todos querem estar nos Brics. Precisamos ir até esses lugares porque é onde as fábricas estão realmente vendendo seus produtos. O que se vende na França, por exemplo, fica sempre em uma média constante. Ganhar uma fatia de mercado lá é muito difícil. Mas os mercados em desenvolvimento estão cada vez mais abertos a esse tipo de produtos – carros de luxo. Se você marcar uma boa presença e se esforçar, pode ganhar uma fatia de mercado até mair do que as concorrentes mais antigas. Estamos tentando ajudar as marcas que estão conosco no GT1”.

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