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Foreo quer ser a Apple da beleza com escova facial de R$ 1.000

Empresa de produtos eletrônicos para cuidado com a pele cresceu 20% no último trimestre e passa marcas de luxo em ranking de consultoria

Luna 3: escova facial da Foreo (Foreo/Divulgação)

Luna 3: escova facial da Foreo (Foreo/Divulgação)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 19 de agosto de 2020 às 08h30.

Última atualização em 25 de agosto de 2020 às 09h26.

Quando o sueco Filip Sedic inaugurou a marca de produtos eletrônicos para cuidados com a pele Foreo, em 2013, o objetivo era apresentar uma nova versão de escovas faciais, inspiradas na marca americana Clarisonic, vendida para a L’Óreal em 2011. Desde então, a empresa se espalha pelo mundo e chega à países como o Brasil, onde um escritório foi inaugurado há dois anos.

Por aqui, mais recentemente, a marca se aproveita do crescente interesse pelos cuidados com a pele na quarentena ocasionada pela pandemia do novo coronavírus. O termo de busca skin care, por exemplo, cresceu 66% no Google até entre fevereiro e abril deste ano. Em maio, as pesquisas por termos relacionados aos segmentos de higiene e beleza cresceram 46%, quando comparados com o mesmo mês do ano anterior.

Como uma das consequências, as vendas da Foreo aumentaram 20% no último trimestre no Brasil, e a marca se consagra desde o fim do ano passado como a mais vendida de skincare no segmento de luxo, à frente de companhias como Dior, Clinique e Michael Kors, de acordo com a empresa de análise de mercado Segmenta.

A popularidade se dá a partir de um trabalho com celebridades e influenciadores. No Brasil, ao menos 600 pessoas já trabalharam com a marca para divulgar produtos como a escova facial a Luna 3, que custa cerca de 1.300 reais e promete eliminar a sujeira, o óleo e as células mortas acumulados nos poros em apenas 1 minuto. Outro produto que ganha popularidade, o massageador UFO, tem preço médio também de 1.300 reais e a escova de dente elétrica de 900 reais.

“Em dois anos investimentos 20 milhões de reais no Brasil para criar uma categoria praticamente do zero. Nossa ambição é se consolidar como a Apple da beleza, visto que as pessoas começam a entender os benefícios e motivos do investimento nos produtos”, diz Bianca Magnani, gerente geral da Foreo no Brasil.

Segundo a executiva, a construção de marca ganhou força em 2019 ao explicar os benefícios do produto e analisar os conteúdos nas redes sociais e em grupos dedicados aos produtos da marca. No Instagram o perfil brasileiro, por exemplo, é acompanhado por cerca de 395 mil seguidores.

A marca também tem chamado a atenção por ser falada por celebridades internacionais como Rita Ora, Kim Kardashian, Megan Rapinoe, Miley Cyrus e Chrissy Teigen. Nos Estados Unidos, inclusive, já há campanhas mais agressivas, como quando em no começo deste mês, a Foreo ofereceu 40 dólares de desconto para quem enviasse uma foto usando a concorrente Clarisonic. A estratégia para conquistar novo clientes vem no momento em que a L’Óreal anuncia o fim da comercialização das suas escovas faciais.

"O segredo da influência da marca está nas pessoas que se associam à ela. Ao redor do mundo temos sido bem recebidos e isso se reflete nos negócios de cada país. O Brasil, por exemplo, deve ser o quinto mais importante para a empresa até 2025", afirma Magnani. O faturamento da companhia não é revelado, mas analistas de mercado estimam o valor global da empresa em 1 bilhão de dólares.

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