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Fenômeno Rayssa Leal segue tendência entre adolescentes repetindo estrelas do futebol e vôlei

Conquistas, talento e patrocinadores ajudam a construir imagem da Fadinha junto ao público

Rayssa Leal: Fadinha venceu o SLS Super Crown, a final da Liga Mundial de skate street (Francois Nel/Getty Images)

Rayssa Leal: Fadinha venceu o SLS Super Crown, a final da Liga Mundial de skate street (Francois Nel/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 11 de dezembro de 2023 às 14h58.

Última atualização em 11 de dezembro de 2023 às 17h52.

Boné para trás, tênis e calça larga, além, claro, de conquistas no esporte. Rayssa Leal ficou entre os assuntos mais comentados na última semana, após vencer o SLS Super Crown, a final da Liga Mundial de skate street. A competição aconteceu no Ginásio do Ibirapuera, no último dia 5 de novembro, e mostrou um pouco do sucesso da skatista com o público, dominado por muitos adolescentes, mas também pais e mães orgulhosos do desempenho da jovem de apenas 15 anos.

Não é de hoje esse fenômeno em torno de Rayssa. Tudo começou há pelo menos dois anos, quando a jovem conquistou a sua primeira medalha olímpica. Na ocasião, com 13 anos de idade, ela foi prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, e se tornou a atleta mais jovem do Brasil a subir no pódio em uma Olimpíada.

Um ano antes, os olhos do mundo já se voltavam para a estrela nacional, quando ela foi convidada para o Laureus World Sport Awards, o Oscar do Esporte Mundial, como uma das indicadas ao Prêmio na categoria Melhor Atleta de Esportes de Ação, em Berlim, na Alemanha.

“Rayssa não só cresceu em projeção, maturidade e troféus desde as Olimpíadas de Tóquio. A combinação de talento, carisma, trabalho duro e um staff muito profissional fazem da Fadinha umas das principais figuras de influência desta geração”, afirma Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.

"A Rayssa é um fenômeno. Todos os seus resultados e carisma fora das competições impulsionaram de uma forma muito meteórica a febre da modalidade no país. O skate já contava com um público mais engajado por conta de outros nomes presentes na história recente, como Pamela Rosa e Leticia Bufoni. Contudo, para a sustentação desse consumo, é importante que um trabalho de marketing de médio e longo prazos seja construído", acrescenta Danielle Vilhena, head de marcas da Agência End to End, hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo.

A partir da primeira medalha olímpica, novos convites passaram a se tornar constantes na vida de Rayssa, potencializados ainda mais pela vitória no mais tradicional festival de esportes radicais do planeta, o X Games, disputado no Japão; e do título no Mundial de Skate Street, realizado no início deste ano em Sharjah, nos Emirados Árabes.

Repetindo uma estrela recente do futebol, o atacante Endrick, do Palmeiras, de apenas 17 anos, Rayssa foi capa da conceituada revista Vogue e passou a fechar uma série de patrocínios, fazendo campanhas, por exemplo, para a joalheria internacional H.Stern, da Space Jam pela HBO, além de divulgações para Nike, Nescau, Monster Energy e Banco do Brasil.

"O planejamento do skate tem que ser feito de forma estratégica a médio e longo prazo para que não seja algo pontual, ou seja, baseado na performance de um ou mais ídolos, vide o exemplo do tênis com o Guga. Fazendo uma analogia, a Rayssa lembra um pouco do crescimento dos jovens que logo ganham milhões de seguidores nas redes sociais. Além de se relacionar com todos os fãs, ela conversa principalmente com o público jovem, que vislumbra nela muitas vezes similaridades das suas respectivas histórias. Isso cria uma aproximação e uma maior identificação, humanizando o papel do ídolo", aponta Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports, agência exclusiva para a gestão de contratos de patrocínio e imagem de Endrick.

Tudo o que Rayssa viveu e ainda vive, outros ídolos do futebol já passaram quando jovens, casos de Neymar, Vini Jr e o mais recente, Endrick. Em um ano, ele chegou a 7 milhões de seguidores nas redes sociais, passou a fechar novos contratos e também foi capa de uma revista lifestyle, a GQ. Na TV, estrelou o comercial da HBO Max no lançamento da campanha oficial para a UEFA Champions League 2023/24.

"A Rayssa é um fenômeno esportivo, com atributos bastante interessantes e o tempo a seu favor, e essa ascensão meteórica é obviamente amparada nas suas conquistas esportivas e no impacto global que o skate alcançou e vem ampliando. Essa combinação lembra o que acontece com mais frequência no futebol, tendo Neymar Jr como principal expoente dessa geração nativa das redes sociais. Agora, vemos Endrick, Rodrygo, Vini Jr e outros seguindo o mesmo caminho, atraindo cada vez mais marcas. A diferença é que a Rayssa é uma adolescente que anda de skate. O que a faz ainda mais especial", cita Armênio Neto, especialista em negócios do esporte e sócio-fundador da Let's Goal.

Fenômenos do esporte

Se o futebol é o carro-chefe, e o skate visa o crescimento com nomes como Rayssa, o vôlei, um dos esportes mais assistidos e praticados no Brasil, também tem seus craques. Um deles que passou a ser visto com outros olhos por marcas e redes sociais é o oposto Darlan. Aos 21 anos e 1,92m de altura, se tornou destaque do Brasil no Pré-Olímpico para os Jogos de Paris 2024.

Um ritual que tem feito sucesso entre os fãs, por exemplo, é o hábito de ele fazer o gesto do "Jutsu Bola de fogo", do anime Naruto, antes de ir para o saque. O ato viralizou nas redes sociais antes mesmo do Pré-Olímpico.

Ao lado de seu irmão Alan, Darlan, eles fecharam acordo com a Heatmap, agência especializada em marketing e patrocínio, comandada por Renê Salviano desde outubro deste ano. Além de potencializar a construção da imagem junto às marcas, a empresa passou a fazer toda a gestão dos contratos de patrocínios dos atletas, aproximando-os de empresas que tenham o objetivo de contratá-los como embaixadores.

"É muito importante que os grandes talentos do esporte tenham uma equipe de assessoria experiente no assunto de marketing esportivo, tanto para construção de uma imagem em suas mídias sociais quanto para prospecção de marcas; anos de vivência neste segmento podem colaborar muito no aproveitamento do timing exato de cada jornada da carreira. Dentre vários exemplos, citaria o Darlan. É um fenômeno que surgiu no esporte brasileiro, nos últimos dois meses suas mídias sociais quadruplicaram o alcance. Fazer as conexões adequadas com segurança na área de marketing, para que o atleta tenha paz para desempenhar suas funções dentro de quadra, é uma das nossas premissas", complementa Renê Salviano, CEO da Heatmap.

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