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Falido há 16 anos, Banco Nacional ainda tem marca forte

Instituição foi pioneira em marketing esportivo no Brasil

Ayrton Senna: marca do banco ganhou força quando passou a patrocinar o piloto (Nelson Coelho)

Ayrton Senna: marca do banco ganhou força quando passou a patrocinar o piloto (Nelson Coelho)

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Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2011 às 09h34.

Rio de Janeiro - O ano de 1995 ficará marcado para ex-correntistas e amantes do esporte e da ousadia pela quebra do Banco Nacional. A instituição destacou-se no mercado brasileiro por seu pioneirismo em marketing esportivo em uma época em que pouco se falava e se via estas iniciativas. A marca do banco ganhou força quando passou a patrocinar o piloto Ayrton Senna e o Jornal Nacional, da Rede Globo.

Fundado em 1944 pelos irmãos José e Waldomiro Magalhães Pinto, o Banco Nacional confirmou a estratégia de investir em esportes ao colocar sua marca no uniforme de Vasco e Fluminense nos jogos finais do Campeonato Brasileiro de futebol de 1984. Toda ousadia do banco fez com que a marca, até hoje associada ao maior ídolo do automobilismo nacional, ganhasse o respeito e o carinho dos brasileiros.

Apesar de falir em 1995, até hoje as pessoas guardam memórias positivas da instituição. “A imagem que temos de um banco é de algo ruim, que nos cobra no final de cada mês, mas o Nacional conquistou posição interessante principalmente quando originou o nome do Jornal Nacional”, diz Marcelo Boschi, professor de branding da ESPM-RJ, em entrevista.

Pioneirismo

Após a falência, os ativos do Banco Nacional foram adquiridos pelo Unibanco (hoje Itaú) e os passivos ficaram para o Banco Central. Este processo, porém, não parece ter arranhado a marca, mesmo após ser eliminada pela do Unibanco. “Quando a empresa fecha as portas, sua marca se deteriora porque ela perde a referência principal. Isso não acontece com o Banco Nacional pois a marca ainda tem esta referência”, acredita Boschi.

A principal diferença do Banco Nacional com relação às outras instituições financeiras da época foi investir em ações diferentes. “Era um banco muito agressivo ao fazer marketing numa época em que no Brasil esta disciplina era embrionária. Lembro deste tipo de ação feita quando não havia uma estratégia ou ação de marketing bem estruturada”, afirma o professor de branding da ESPM-RJ.

A trajetória do Banco Nacional na construção de um relacionamento com o consumidor foi baseada na emoção. Presente nos momentos de lazer das pessoas, a marca obteve algo que foi e ainda é o que qualquer empresa gostaria de ter: afeto. “Pode parecer estranho para os jovens, mas a marca do Banco Nacional era muito querida. Já a marca Unibanco não tem esse apelo”, conta.

Marca querida

Ser uma marca querida pelas pessoas é o sonho de consumo das empresas. No mercado financeiro, este trabalho se torna ainda mais difícil. Buscar esse sentimento em marcas de bancos, que no final do mês cobra uma fatura, é muito mais complexo. “A marca é que deixa saudade e não o banco”, explica Boschi.

Se comparado com o banco PanAmericano, que recentemente quase foi à falência, a marca do Banco Nacional reafirma seu poder. “O PanAmericano tem uma marca fraca que quase não existe. É apenas um nome. Se o banco morrer agora, não vai ninguém ao enterro dele e tão pouco deixará saudades”, afirma.

De acordo com Boschi, a lacuna deixada pelo Banco Nacional não foi preenchida por nenhum outro banco. Mas a marca que mais se aproxima em termos de investimento em esportes é a do Banco do Brasil. “A instituição faz um esforço enorme em patrocínio esportivo. O Santander tem esse viés, talvez até melhor estruturado, mas o Banco do Brasil se aproxima mais das pessoas”, completa Marcelo Boschi.

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