Facebook está no centro do boicote de grandes empresas a redes sociais (Chesnot/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2020 às 11h10.
O posicionamento das redes sociais em relação a temas como discurso de ódio e racismo está gerando um movimento de boicote por parte de grandes empresas, que têm anunciado suspensão de investimentos em publicidade no Facebook, Twitter e Instagram.
A ação contra as plataformas teve adesão da multinacional de bens de consumo Unilever, que não deve fazer ações de marketing nas redes sociais nos EUA até o fim deste ano. A Unilever é uma das maiores anunciantes do mundo, tendo investido mais de 8 bilhões de dólares em marketing no ano passado.
Outras grandes marcas reforçam o movimento: é o caso da Coca-Cola, que comunicou na noite de sexta-feira, 26, um bloqueio global às ações de marketing nas redes sociais durante o mês de julho.
"Usaremos este tempo para reavaliar nossas polítias e padrões de publicidade para determinar se precisamos fazer revisões internamente e que ações devemos esperar dos nossos parceiros de redes sociais para livrar as plataformas de discursos de ódio, violência e conteúdo inapropriado", disse a empresa.
Os posicionamentos das empresas são comunicados após pressões feitas por organizações de justiça social. Cada vez mais, instituições da sociedade civil detalham como as grandes corporações apoiam o discurso de ódio por meio de verbas publicitárias.
Também na sexta-feira, as operações da Honda nos EUA anunciaram a suspensão de investimentos em ações de marketing via Facebook e Instagram. Assim como comunicado pela Coca-Cola, a iniciativa é válida para o mês de julho.
"Escolhemos estar ao lado das pessoas que estão unidas contra o ódio e o racismo. O posicionamento está de acordo com os valores da nossa companhia, baseados no respeito humano", emitiu a Honda, em nota.
O Facebook tem sido criticado pela decisão de não agir sobre publicações do presidente Donald Trump, que declarou a possibilidade de uso de violência na recente onda de protestos que abalou os EUA, após o assassinato de George Floyd por um policial em Minneapolis.