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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h54.
Os produtores brasileiros de cachaça pretendem encerrar o ano com uma produção máxima de 1,8 bilhão de litros. Mas apenas 1% do que é produzido é exportado. E é esse cenário que os produtores querem mudar. José Lucio Mendes, da Cachaças do Brasil e diretor de marketing da feira Expocachaça, afirma que a primeira iniciativa é elevar a produção para conseguir colocar o produto mais fortemente no exterior. Hoje, tudo o que é produzido é praticamente consumido no mercado interno. "O Brasil exporta para os Estados Unidos cerca de US$ 2,6 bilhões. Mas a cachaça fica com apenas US$ 204 mil deste bolo", diz ele. Os mercados líderes em consumo externo são o Paraguai e a Alemanha, que se revezam entre o primeiro e o segundo lugar.
Para Mendes, a grande conquista será quando o governo brasileiro conseguir registrar a marca "cachaça" nas aduanas. "Atualmente, o produto sai como cachaça e entra nos países como rum", diz ele. "Na Alemanha, a caipirinha é a bebida preferida, notadamente do público feminino, e a cachaça é considerada um produto fashion". O país importa 29% do que o Brasil exporta. O Japão consome a caipirinha engarrafada em long neck, com 5% de álcool. O Brasil exporta para mais de 70 países.
O segundo passo é conseguir o apoio da Apex (Agência de Promoção de Exportações), ligada ao ministério do Desenvolvimento, alavancar as exportações e a divulgação do produto artesanal no exterior. "A grande iniciativa para isso foi trazer uma versão da feira Expocachaça de Minas Gerais para São Paulo, que é o caminho para os negócios do país", diz ele. A feira será realizada de 18 a 21 de setembro, no ITM Expo. A feira é promovida pela PR Eventos e pela Cachaças do Brasil. A sexta edição do evento, em Minas Gerais, reuniu 180 stands, 850 marcas representadas por 400 produtores de 10 estados do país.
Atualmente, o segmento conta com o apoio formal de universidades de Minas Gerais e de São Paulo para o desenvolvimento de novas técnicas de produção, além de técnicas italianas e francesas, similares à produção de vinho, para melhorar o produto. Segundo Mendes, os produtores também estão obtendo bom apoio do Ministério da Agricultura, já que o produto é classificado como originário da fruticultura. "É fotossíntese pura. Brincamos que a cachaça é energia engarrafada."