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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h54.
"As empresas concordam que as marcas são estratégicas, mas conferem a elas um tratamento tático". A afirmação é de José Roberto Martins, pesquisador e consultor especializado em branding, autor de Branding, pela Negócio Editora. Diferentemente do que ocorre no mercado americano, onde o brand equity, ou valor da marca, é acompanhado pelo mercado acionário e cobrado pelos acionistas, no Brasil, mesmo as subsidiárias de multinacionais que produzem itens de consumo rotineiro mostram-se mais preocupadas com ações táticas que resultem em ganhos de curto prazo. (Se você é assinante da revista, clique aqui e leia as reportagens de EXAME sobre as marcas campeãs em 2004.)
"[As empresas] fazem muita promoção no varejo, mas reduziram os investimentos publicitários, o que acaba por erodir o valor da marca", diz Martins. "A tendência é que se caminhe para a comoditização." A EXAME, Martins comentou três dos fatores que, segundo afirma, representam uma ameaça para as marcas de consumo:
Na contracorrente, as marcas premium de luxo (Montblanc, Louis Vuitton, Armani, entre outras, conseguiram não apenas manter o premium como até o aumentaram, fazendo justamente o oposto das marcas líderes de consumo: ficaram distantes das guerras de preço, sustentaram seu posicionamento e cresceram com organização, mantendo o clima de sedução com que atraem os consumidores. Não estou comparando latas de leite em pó com gravatas de seda. Mas constantemente me pergunto se, para a maioria dos consumidores, não seria algo assim tão conectado, bastando olhar para muitas marcas de água mineral e chocolates que são percebidas como próximas do luxo e que custam, às vezes, tanto quanto um bom vinho."