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Empresas ainda não aproveitam potencial do mobile

Pesquisa feita pelo Yahoo! Insights pela primeira vez no Brasil mostra que número de usuários de internet móvel deve passar de 33,2 milhões para 110,5 milhões até 2015

Usuário de internet móvel em cafeteria: dados mostram que até o fim de 2012 serão 51,4 mi acessando a internet a partir de dispositivos móveis (Tom Pennington/Getty Images)

Usuário de internet móvel em cafeteria: dados mostram que até o fim de 2012 serão 51,4 mi acessando a internet a partir de dispositivos móveis (Tom Pennington/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2012 às 10h05.

Rio de Janeiro - Ler o jornal, acompanhar o campeonato de futebol, checar e-mails, acessar a previsão meteorológica, consultar o GPS. No último ano, o Brasil teve 33,2 milhões de pessoas conectadas à internet acessando os mais diversos conteúdos por meio de dispositivos móveis. Antes inimagináveis, a mobilidade e o acesso à informação que smartphones e tablets ligados à web deram ao brasileiro não são mais planos para um futuro distante.

Dados da pesquisa Mobile Modes, feita pelo Yahoo! Insights em parceria com o Instituto Ipsos, mostram que até o fim de 2012 serão 51,4 milhões de brasileiros acessando a internet a partir de dispositivos móveis. Para os anos seguintes a perspectiva é ainda maior: serão 67,7 milhões de usuários em 2013, 86,5 milhões em 2014 e 110,5 milhões em 2015.

Inédito, o estudo realizado simultaneamente no Brasil, Estados Unidos e México, traçou o perfil de usuários que já utilizam smartphones e tablets como forma única de acesso à internet ou como complemento do uso da rede.

Cada vez mais dependente dos dispositivos móveis, o brasileiro quer que suas experiências digitais sejam integradas. “O Brasil possui 193 milhões de habitantes e 250 milhões de celulares. Deste total, 46 milhões de aparelhos têm acesso à rede 3G. Os números mostram que há uma grande oportunidade no país e o estudo vem para auxiliar as marcas a entenderem quem é esse consumidor”, explica Beth Capdevila, pesquisadora do Yahoo! América Latina, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Falta de foco

A entrada de novos internautas a partir de celulares e tablets começa a mostrar quem é o consumidor brasileiro na rede. Por outro lado, falta por parte das empresas a compreensão e o foco necessários para se moldar aos novos padrões de comportamento.

De acordo com a pesquisa do Yahoo!, a publicidade móvel é mais aceita do que a propaganda online tradicional e ainda mais eficaz. Entre os usuários ouvidos, 51% não se importam com a publicidade desde que os permita acessar conteúdo gratuito, contra 38% que acham as formas de anunciar por meio de celulares e tablets intrusivas demais.


Um obstáculo é a falta de entendimento das companhias quanto à utilização do mobile. “O grande problema é que as empresas não pensam no móvel, elas adaptam a web para o móvel e isso não funciona. A tela dos celulares e tablets são menores e o engajamento é diferente. É preciso pensar para poder engajar. O mobile é uma mídia poderosa que a indústria não está sabendo utilizar e ainda tem perdido o usuário”, afirma Diego Higgins, Head da Yahoo! Brasil, em entrevista ao portal.

“Conteúdo é o rei"

A falta de percepção das empresas quanto ao formato de anunciar na internet móvel pode ser agregada ao pouco entendimento sobre o conteúdo a ser veiculado. Segundo a pesquisa, são 50 tipos de atividades online que o usuário brasileiro mais usa, agregadas ainda em sete categorias.

A primeira delas seria a Connect, que inclui entre as atividades a checagem de e-mail ou envio de mensagens. O acesso a esse tipo de ação chega a 15% apenas com dispositivos móveis. A segunda categoria é a Search, com buscas específicas e 14% de penetração nos dispositivos móveis. A Entertain é a terceira categoria, com atividades ligada a música e jogos e uso de até 17% com smartphones e tablets.

Manage, para assuntos de viagens e trabalho, é usado por 17% dos usuários. A categoria Inform, em que são enquadradas leituras de artigos e jornais, tem penetração de 15% apenas por mobile. A sétima categoria é Shop, em que a comparação de preços entre produtos na internet é o principal serviço buscado, e tem 18% de penetração de aparelhos móveis. Por fim, Navigate, com atividades como GPS e uso de mapas, e penetração de 31% em mobile.

Ainda que as atividades variem, os espaços na rede móvel têm de ser definidos. “Não há espaço para anúncios sem propósito nos celulares e tablets, como vemos nos PCs. O uso do aparelho móvel é muito intuitivo e a internet móvel se tornou uma parte central da vida online de muitos brasileiros. O Marketing aqui é aceito e tem muito potencial para crescer. Porém, o conteúdo é a chave do mobile, ele que é o rei”, diz Beth.

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