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Efeito Taylor Swift: O que a cantora tem a ensinar para as marcas?

Segundo especialistas, a artista, que se tornou bilionária este ano, tem um conceito e proposta de valor bem definidos, além de manter engajamento constante com a sua comunidade

 (TAS2023/Getty Images)

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Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 27 de novembro de 2023 às 16h15.

Última atualização em 27 de novembro de 2023 às 17h48.

Mesmo depois da série de acontecimentos que marcou a estreia de Taylor Swift no Brasil, a turnê The Eras Tour recebeu recorde de público nos três shows realizados no Allianz Parque, na capital paulista, nos dias 24, 25 e 26 de novembro. Segundo a Time for Fun (T4F), foram mais de 50 mil pessoas em cada apresentação, número que também reflete o sucesso do trabalho da artista ao longo da sua carreira junto ao público e aos negócios.

Estima-se que a presença de Taylor Swift no Brasil irá movimentar entre 300 milhões de reais e 400 milhões de reais na economia, sendo 240 milhões de reais somente em São Paulo. Nos Estados Unidos, a turnê da nova bilionária teria gerado mais de 4 bilhões de dólares. “Taylor parece ter entendido melhor do que qualquer outro artista como estabelecer, cativar e representar uma comunidade", analisa Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.

Segundo Martinho, não é uma "receita" fácil  de se copiar. "Tem ingredientes como performances envolventes ao vivo e que transformam o show em uma experiência disputada, letras de músicas repletas de storytelling, que refletem experiências pessoais e geram identificação, coragem e apetite por riscos, a exemplo da transição que fez do estilo country para o pop, além de uma atuação como filantropa e ativista de causas importantes."

Outro ponto destacado por especialistas em marketing é a maneira como a 'loirinha' cuida da sua imagem, ao estabelecer uma conexão e engajamento constante entre marca e público. A estratégia ajudou a construir, de forma orgânica, uma base de milhões de fãs, que continuaram consumindo seus produtos mesmo após abandonar o country.

"Ela conseguiu estabelecer relações interessantes e compreensiveis entre ideias, estilos, marcas, produtos, rotinas, publicações, eventos, e por fim, suas músicas. Criou uma comunidade na qual centenas de milhões a idolatram e se orgulham disso", aponta Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z.

Na visão de Guta Tolmasquim, CEO da Purple Metrics, a cantora tem um conceito e proposta de valor bem definidos, o que, no universo de empresas, seria chamado de essência da marca. "Ela entrega seu território de marca com consistência. Os fãs sabem o que esperar. Essa distintividade, traço único e memorável têm alta identificação e relevância junto ao público e capacidade de criar vínculos profundos", explica a executiva. "Essa imagem consistente e distintiva, em sintonia com um produto bom, com grande inteligência de negócios, é um belo benchmark para departamentos de marketing e mesmo influenciadores se inspirarem", complementa.

Efeito Taylor Swift

Para Edder Redder, head do Artplan.influ. e diretor nacional de conteúdo da Artplan, uma das principais lições que se pode tirar do sucesso de Taylor Swift é a coragem da cantora para mudar de estratégia. "O nome dessa turnê é Eras Tour, representando todas as "eras" que ela já viveu. Taylor não cansa de se reiventar e, ainda assim, consegue manter a sua originalidade e autenticidade."

O surgimento de seu fandom (fã-clube), conhecido por 'swifties', é reflexo do chamado 'efeito Taylor Swift'. "Mais do que pessoas reunidas pelo mesmo interesse, há toda a criação de uma cultura, com gírias, memes, estilo, etc. Isso é o que cria uma economia em torno dela. É a diferença entre comunidade e multidão de fãs", explica Redder, que complementa: "As marcas podem tomar isso como inspiração. Quando buscam criar um vocabulário próprio para falar de si e de seus produtos, estão indo nessa direção."

Ainda segundo o especialista, trata-se de uma nova era do marketing colaborativo. "Uma publicidade que constrói marca junto ao seu público e não para o seu público. Taylor está dando aula disso."

Além de ser a a primeira mulher a alcançar 100 milhões de ouvintes no Spotify, a cantora causou alvoraço no meio esportivo depois de assumir, publicamente, namoro com Travis Kelce, jogador do Kansas City Chiefs, na NFL. A presença dela em uma das partidas fez a competição quebrar recordes. Cerca de 25 milhões de pessoas acompanharam o jogo pela TV ou aplicativos, tornando o evento mais visto na semana nos Estados Unidos. De acordo com a plataforma Stubhub, houve um aumento de 175% na procura por ingressos para a partida.

Travis Kelce também sentiu efeitos do fenômeno Taylor Swift. Nas redes sociais, o jogador da NFL ganhou quase 1 milhão de seguidores, em uma semana, só no Instagram, conforme dados do serviço de rastreamento de estatísticas e análises de mídias sociais Social Blade. Além disso, de acordo com relatório do TMZ_Sports, site americano de entretenimento, após a aparição Taylor Swift, as vendas de camisas de Kelce, que veste a 87, tiveram um crescimento de quase 400%.

“O crescimento surpreendente no número de seguidores do Tight-End do Kansas City Chiefs mostra o poder do cross marketing onde duas marcas se unem e se apresentam para novas audiências, nesse caso, um aumento de notoriedade espetacular por se unir a maior estrela da música pop mundial dos últimos dois anos”, aponta Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.

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