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Editor do NYT confessa: não sabemos usar mídias sociais

"Usamos o Facebook e o Twitter como forma de disseminar as notícias. Apenas fazemos o óbvio", diz Aron Pilhofer

Para Susan Grant, da CNN, chegada de mídias sociais tiram empresas de mídia da zona de impacto (Franco Bouly/Flickr)

Para Susan Grant, da CNN, chegada de mídias sociais tiram empresas de mídia da zona de impacto (Franco Bouly/Flickr)

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Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2010 às 10h24.

São Paulo - No mundo do jornalismo, velho e novo dependem um do outro e o papo precisa fluir sem ruídos. Essa foi uma das conclusões a que chegou o 4º Media On, nessa terça-feira, evento que aborda jornalismo online. Na pauta, a discussão de como integrar de maneira bem-sucedida conceitos da chamada velha mídia com as possibilidades trazidas pelas ferramentas sociais.

A abertura do evento contou com as participações internacionais de Aron Pilhofer, editor do impresso The New York Times, e Susan Grant, vice-presidente executiva da CNN News Service. De forma geral, concordaram - e divagaram - sobre o impacto da tecnologia no jornalismo, tratado como fator libertador por quebrar amarras da mídia tracional. Também comentaram sobre os obstáculos de imergir na era do jornalismo colaborativo em empresas de mídia consideradas clássicas.

“O que temos vivido nestes anos é o difícil hábito de mudar. O que vem acontecendo na internet é que ela exige que melhoremos as nossas habilidades. Mas nosso papel como jornalistas é que continuemos sendo honestos. Quando eu comecei a trabalhar com internet, tínhamos apenas a transposição do material do papel para a rede", afirmou Susan.

Pilhofer falou da importância de manter textos narrativos no ambiente digital. Seu discurso colocou em xeque a "pirâmide invertida", prática utilizada há mais de um século pelos impressos para garantir relevância e objetividade às notícias. "Se tiver uma boa história, valorize-a. E, se preciso, quebre a pirâmide invertida para contá-la do jeito que achar melhor", disse.

Perguntado sobre a atuação do NYT em mídias sociais, Pilhofer foi sincero. Confessou que ainda não encontrou um modelo ideal, pois segundo ele, tudo é embrionário."Honestamente,  acho que não sabemos fazer isso. Usamos o Facebook e o Twitter como forma de disseminar as notícias. Apenas fazemos o óbvio", afirmou. Por outro lado, elogiou a forma como a CNN.com atua nas mesmas ferramentas.

O assunto esquentou o debate sobre a concorrência com a chegada de mídias sociais. E Susan se disse animada com o novo cenário, pois a rivalidade tira empresas de mídia da zona de conforto e dá vida longa apenas aos bons. Isto é, prestígio e credibilidade seguem como palavras-chave do negócio. "Umas empresas vão perder dinheiro, outras vão ganhar muito. Apenas embalar conteúdo e enviar para os leitores não vai dar certo", sentencia.

De forma inevitável, o futuro da mídia impressa também passeou no debate. Mas a conclusão foi vaga: apesar de ambos afirmarem que as mídias não são excludentes, sobraram dúvidas com relação ao que vem por aí para o jornalismo em papel. Susan preferiu se esquivar: “não podemos ficar tão focados nessa pergunta. Precisamos ser inovadores, mas não loucos”, afirmou. Já Pilhofer admitiu a preocupação, mas ressaltou que um grupo como o NYT olha mídias como um todo e pensa no futuro direcionando investimentos de forma geral.

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