O Brasil e a Índia registram maiores porcentagens do uso de redes sociais que os Estados Unidos (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.
Trabalhar com as redes sociais e investir em ações sustentáveis são praticamente obrigações para as marcas que querem se destacar nos dias de hoje. Por outro lado, as relações entre esses dois fatores e a economia dos países é um assunto ainda pouco explorado, apesar de sua extrema necessidade para o entendimento do perfil do público alvo de cada empresa em seu local de atuação.
A comparação entre o perfil dos internautas norte-americanos e o dos moradores dos países do Bric Brasil, Rússia, Índia e China mostra como são as mudanças que estão por vir no comportamento, hábito de consumo, estilo de vida, consciência e confiança relacionados aos nativos desses países. O Brasil e a Índia registram maiores porcentagens do uso de redes sociais que os Estados Unidos. Na América do Norte, porém, as redes sociais são um grande negócio e mais pessoas ganham a vida com blogs do que desenvolvendo softwares.
"Hoje cada vez mais todos têm as informações e produtos em suas próprias mãos. Isso revela muito sobre elas, mas deve despertar a atenção das empresas que têm a obrigação de investir nessas ferramentas", explicou Jonh Low, co-Fundador da Predictiv LLC, empresa que trabalha com a avaliação de ativos intangíveis, durante 14th International Conference on Corporate Reputation, brand, identity and competitiveness realizado pelo Reputation Institute, no Rio de Janeiro, na última semana.
Países do Bric são mais confiantes e conscientes
Uma pesquisa realizada pela Predictiv LLC mostrou que as empresas dos países em desenvolvimento registram os maiores índices de crescimento de reputação das suas empresas em todo o mundo. "Isso tem muito a ver com a confiança que esses povos têm ganhado em sua economia", afirma o executivo norte-americano.
Como exemplo de trabalho de reputação bem sucedido no Brasil, Low cita a Petrobras. "A petroleira soube lidar com o afundamento da plataforma melhor do que a British Petroleum tem lidado com o acidente que causou vazamento de óleo", conta Low, comparando com a britânica que viu suas ações caírem 23% desde o acidente ocorrido no Golfo do México no final do mês passado.
Para que a Petrobras conseguisse manter a sua reputação após o incidente, a empresa prezou pela transparência e essa, segundo Jonh Low, é uma das ações mais importantes para que uma marca consiga alcançar boa reputação. Por isso mesmo a própria Britsh Petroleum prometeu transparência sobre a catástrofe. Atrás desse fator estão a confiabilidade da empresa, a qualidade de produtos e serviços, a frequência com a qual ela se comunica com o público e a forma como trata os funcionários. "Quando a confiança do consumidor é abalada, a empresa vê suas ações caírem rapidamente e fica muito difícil de reconstruí-la" afirma o fundador da Predictiv LLC.
Outra característica dos países do Bric é que esses consumidores estão dispostos a pagar mais por produtos verdes do que os habitantes de países mais desenvolvidos. Lideram esse ranking a China e a Índia, enquanto os Estados Unidos se encontra entre últimas posições. Ainda sobre sustentabilidade, a pesquisa mostra que 71% das empresas em todo o mundo publica informações sobre ações sustentáveis em seus sites.
Busca por produtos
Outro estudo apresentado por Courtney Barnes, Vice-Presidente e Diretora de Estratégia da MH Group Communications, também afirma que os países que mais usam as redes sociais são os mais dispostos a pagar mais para adquiria produtos verdes. Para a executiva, uma empresa deve trabalhar a sustentabilidade da mesma forma que deve monitorar as redes sociais que utiliza.
A executiva norte-america afirma que seu trabalho é convencer clientes tradicionais a investirem em redes sociais e no quanto elas são importantes para a vida daquela empresa. "Nos Estados Unidos isso é essencial porque o uso desse tipo de ferramenta é maior para a pesquisa de informações sobre produtos e serviços. No Brasil esse uso tem característica mais pessoal", afirma Courtney. "Mas as empresas brasileiras devem ficar atentas porque a busca por serviços nas redes tende a aumentar", garante, baseada em dados da pesquisa de que 79% das 100 maiores empresas globais participam de pelo menos uma rede social.
Leia mais notícias sobre marcas