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Dudalina: do pequeno comércio à grande indústria

Camisaria é responsável por parte da produção de grifes como Daslu, Brooksfiled e Zara

A Dudalina é responsável por parte da produção de grifes como Daslu, Brooksfiled e Zara

A Dudalina é responsável por parte da produção de grifes como Daslu, Brooksfiled e Zara

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2011 às 15h18.

Rio de Janeiro - No interior de Santa Catarina, um casal com 16 filhos vivia do lucro de uma pequena loja de "secos e molhados". A história seria uma típica cena da vida no campo se não fosse um erro que se transformou em oportunidade e, mais tarde, fez com que todos aqueles irmãos assumissem uma das maiores camisarias da América Latina, a Dudalina.

Hoje, com 53 anos, a empresa produz dois milhões de peças de roupa por ano e está presente em 1.800 pontos-de-venda do Brasil com suas três marcas. Seus produtos chegam a 50 países, fazendo da Dudalina a responsável - até o ano passado - por 70% das exportações de camisas do Brasil, faturando cerca de 10 milhões de dólares nessa atividade. A fabricante também é responsável por parte da produção de grifes como Daslu, Brooksfiled e Zara.

Para alcançar esse resultado e expandir seus negócios, a marca investe em marketing e em pessoas. "O segredo do nosso sucesso são as pessoas e o carinho que temos por elas", garante Rui Leopoldo Hess de Souza, que junto com sua irmã Sônia Regina comanda a empresa. Além disso, externamente, o executivo garante que para o sucesso das vendas é necessário investir em planejamento de marketing para fazer com que as três marcas da Dudalina sejam desejadas.

Consolidação das marcas

A produção de blusas na lojinha da família começou quando uma compra errada de tecido fez encalhar por mais de um ano o material que se transformaria no pontapé inicial da camisaria. Desde então a Dudalina percorreu um grande caminho até consolidar as suas três marcas: a Base, a Individual e a Dudalina.

Focada nas classes A e B, a marca com que leva o nome da empresa tem como alvo homens de negócios acima dos 40 anos. A Individual é a que mais vende e tem um produto mais casual e foca em um consumidor um pouco mais novo, enquanto a Base busca atingir os jovens. "Criar um personagem que transmita a ideologia de cada uma dessas etiquetas é essencial para que o público se identifique com elas", garante o Diretor de Varejo e Exportação da Dudalina.

Para isso, a cada coleção a empresa aumenta os investimentos em Marketing. Entre as ações para o grande público está a parceria com a Rede Globo no fornecimento de roupas que vestem, muitas vezes, um mesmo personagem durante toda a novela. Mas, o mais importante para a empresa é fortalecer seus valores junto ao consumidor e os parceiros comerciais, trabalhando ideias que atraem aqueles que se identificam com a natureza da Dudalina.

Relacionamento e Valores

Entre os principais valores citados pelo profissional estão o investimento em relações pessoais e projetos ligados à sustentabilidade.  Internamente, ações fortalecem diálogo com funcionários, clientes e fornecedores. "O consumidor atual procura empresas com as quais seus valores se identifiquem, por isso investimos em ações que valorizam nossos ideais", afirma Hess.


 

Para os empregados da fábrica, são priorizadas atividade como incentivo à formação acadêmica, aproximação entre presidência e empregados, proximidade da família do funcionário com a empresa, Programa de Participação nos Resultados e atividades de entretenimento. Já com os fornecedores e clientes, a Dudalina realiza fóruns em que transmite e treina toda a cadeia para que todos estejam alinhados com os valores que são pregados dentro da empresa. "Temos carinho com quem se relaciona com a gente, pois com relações verdadeiras a gente consegue trabalhar muito melhor", afirma Rui Leopoldo.

A empresa também realiza o Programa Fã Clube da Camisa, destinado aos vendedores de lojas que comercializam as marcas da Dudalina. Os produtos da empresa vêm com selos que podem ser juntados e trocados por outras camisas. No passado essa ação distribuiu 10 mil peças. Além disso, viagens e brindes são dados também como prêmios aos comerciantes.

Negócios

Embora atualmente Rui e Sônia sejam os únicos da família que comandam a Dudalina, todos os 16 irmãos já trabalharam na empresa. Hoje a família se reúne para discutir negócios apenas nos conselhos que definem as estratégias de crescimento e de atuação da companhia que mexem com os investimentos dos negócios que pertencem a todos. Todas essas relações são reguladas por um estatuto que coordena sucessão e participação de filhos e netos.

Entre os planos decididos para a empresa este ano estão a diminuição da exportação e a expansão da rede de lojas Dudalina Concept, que comercializam as três marcas da companhia.  Essas ações devem resultar em um crescimento de 15% no fim de 2010.

A exportação que começou na década de 70, até o ano passado trazia 10 milhões de dólares para a marca, deixou de ser o foco da Dudalina, que deve faturar com apenas e três milhões neste ano. "O Brasil não tem muito acordos comerciais favoráveis, isso dificulta o nosso trabalho", explica Hess. Por isso a empresa deixou de exportar para os Estados Unidos e Europa e, por enquanto, concentra suas atividades no Paraguai, Venezuela e Argentina.

Mesmo com o desfalque de alguns milhões de dólares, as previsões da Dudalina são otimistas. A empresa pretende crescer dois dígitos contra 5% do ano passado. Esse resultado se deve, em grande parte, ao investimento em lojas da marca, com seis inaugurações ainda em 2010. "Fazemos investimentos, mas sabemos que nossos resultados se devem mesmo às relações que construímos com as pessoas", completa o profissional.

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