Presidente da Ancine, Manoel Rangel comentou, no 1º Painel do Fórum, que a MP 545 é uma defesa ao talento, cultura e capacidade de criar brasileira (Alexandre Lima)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2011 às 11h32.
São Paulo - Motivo que fez com que a ABA (Associação Brasileira de Anunciantes) desistisse de participar do III Fórum de Produção Publicitária – realizado em São Paulo nesta quarta-feira (23) por Apro (Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais), Aprosom (Associação Brasileira das Produtoras de Fonogramas Publicitários) e Abap (Associação Brasileira das Agências de Publicidade) – a MP 545, estabelecida pela Ancine (Agência Nacional do Cinema) e que mudou os valores para a entrada de obras audiovisuais estrangeiras no Brasil foi um dos principais pontos dos debates na primeira parte do evento.
Presidente da Ancine, Manoel Rangel comentou, no 1º Painel do Fórum (“A importância do audiovisual como indústria limpa, de mão de obra especializada e de valor agregado”), que a medida é uma defesa ao talento, cultura e capacidade de criar brasileira. “É uma luta contra a pasteurização que circula no país. Não se trata de uma medida radical, apenas aumentamos os impostos para obras estrangeiras, cujos valores não mudavam há 10 anos. Estavam defasados. Radical seria fechar o mercado para o que vem de fora, que é algo que nunca cogitamos em fazer”.
A opinião foi compartilhada pelo cineasta André Sturm, vice-presidente do Siaesp (Sindicato da Indústria Audiovisual de São Paulo), que alertou para o fato que o custo estabelecido pela Ancine não é o mais importante ponto dessa medida, mas sim o objetivo de se ter uma produção local que condiz com a eficiência do mercado brasileiro.
Na abertura do III Fórum de Produção Publicitária, Luiz Lara, presidente da Abap, já havia comentado sobre a medida, dizendo também que “vivemos uma era de capitalismo de valor compartilhado, mas que um setor só cresce se existir governança e regras bem estabelecidas. Muitas ideias ousadas e criativas morrem se não forem bem trabalhadas e produzidas. Uma propaganda de primeiro mundo deve também ter uma governança compatível”, afirmou.
Presidente da Apro, Leyla Fernandes ressaltou que o mercado publicitário brasileiro ultrapassa o número de 10 mil títulos produzidos por ano, sendo que as empresas associadas à Apro representam 70% desse número. “Por isso temos que estabelecer as melhores práticas para a nossa atividade”.