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Corretoras apostam em conteúdo para atrair investidor

Empresas como ICAP, Alpes Corretora e Rico investem em cursos, vídeos e material informativo para orientar clientes e desmistificar o mercado financeiro

De acordo com a BM&FBovepa, o total de pessoas físicas cadastradas na bolsa era de 568.959, com movimento de R$ 112,22 bilhões no pregão (Germano Lüders/EXAME.com)

De acordo com a BM&FBovepa, o total de pessoas físicas cadastradas na bolsa era de 568.959, com movimento de R$ 112,22 bilhões no pregão (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2012 às 11h44.

Rio de Janeiro - Com o crescimento do interesse dos brasileiros pelo mercado de ações, as corretoras de valores apostam no conteúdo como forma de atrair novos investidores para os seus home brokers. Empresas como ICAP, Octo Investimentos, Alpes Corretora e até bancos como o Itaú investem em ações para ampliar o conhecimento de seus clientes, visando enfrentar o maior desafio deste mercado: desmistificar o mundo financeiro para os novos investidores.

Sites com informações, palestras, cursos, vídeos informativos e games são os instrumentos usados pelas corretoras para traduzir a linguagem financeira aos clientes. Mas não é apenas o conteúdo que é utilizado para atrair investidores. Como forma de massificar o hábito, as empresas apostam também em preços baixos para a compra de ações, permitindo que sejam adquiridas em pacotes a partir de R$ 20,00 ou avulsas por R$ 5,00.

De acordo com dados mais recentes da BM&FBovespa, em março, o total de pessoas físicas cadastradas na Bolsa de Valores era de 568.959 investidores, que movimentaram no período R$ 112,22 bilhões no pregão. Deste grupo, a maioria está entre 26 e 35 anos (135.523), seguida pelos investidores de 36 a 45 anos (129.369) e pela faixa etária de 46 a 55 anos (115.643). Os jovens entre 16 e 25 anos já representam 20.182 investidores, enquanto o grupo com mais 66 anos totaliza 73.425 associados à Bolsa de Valores.

Facebook se destaca como plataforma de serviços

Grande parte dos jovens que buscam serviços de home broker para investir no mercado acionário procura uma rota mais rápida do que a caderneta de poupança para gerar receita no curto prazo, mesmo sendo um investimento de risco. Nesse contexto, as redes sociais se apresentam como facilitadoras no processo de aproximação com esse público.

A corretora Spinelli foi uma das que saiu na frente nessa corrida, após disponibilizar a compra de ações dentro do Facebook, em junho de 2011, por meio do “Facebroker”. Já o Itaú, pensando em educar os consumidores desde cedo e mostrar que o mundo financeiro não é tão complicado, lançou recentemente o aplicativo Fun Trade em sua página no Facebook.


A ferramenta transforma cada usuário do game em uma empresa, permitindo que o internauta simule investimentos no mercado. A iniciativa pretende introduzir conceitos relacionados à atividade de forma simples, focando no público jovem. Ainda no Facebook, para divulgar o home broker Rico, lançado em junho de 2011, a Octo Investimentos criou o aplicativo “O que é ser Rico para você”. A ferramenta foi desenvolvida para ajudar o internauta a selecionar suas metas para 2012, respondendo uma série de perguntas.

A plataforma é um complemento da estratégia do home broker para ganhar novos investidores. “Hoje, além de ensinar o investidor como ele pode ganhar dinheiro no mercado de ações é preciso gerar confiança, pois estamos lidando com a receita do cliente. Mesmo sabendo que é um investimento de risco, o associado não pode sair perdendo, senão nunca mais voltará a investir”, explica Mônica Saccarelli, diretora do home broker Rico.

Cursos são usados para estreitar o relacionamento

Outra forma encontrada pela Rico, e que também é bastante utilizada por outras corretoras de valores, além da própria Bovespa, é a realização de palestras e cursos. O objetivo é oferecer informações sobre o mercado financeiro aos novos investidores, aumentando sua confiança nos negócios. Para gerar uma identificação maior, o primeiro palestrante do “Momento Rico”, nome dado ao ciclo de palestras, foi Marcelo Tas. Ao longo de 2012 haverá mais cinco encontros, abordando temas relacionados à tecnologia e às mudanças provocadas por ela.

Mais do que apresentar conceitos, a estratégia visa estreitar o relacionamento do home broker com o público alvo e chegar a 16 mil usuários no fim de 2012. Os cursos online também fazem parte da estratégia da ICAP para trazer novos investidores ao home broker MyCAP. Presente há três anos no mercado nacional, hoje a empresa conta com 31 mil associados, dos quais 17 mil estão habilitados na Bovespa. O restante é formado por investidores que ainda estão dando os primeiros passos no mercado de ações.


“Os perfis do MyCAP nas redes sociais também são utilizados para munir os investidores e potenciais associados com informações sobre finanças, além de oferecer análises de especialistas no assunto, orientando sobre as melhores oportunidades do mercado acionário. Em nosso canal no YouTube são postados vídeos diários sobre o panorama do mundo das finanças e dicas para investidores. Outra vantagem oferecida para quem utiliza os serviço da ICAP é a possibilidade de acumular pontos para serem trocados no programa de relacionamento Multiplus”, explica Paulo Levy, diretor de varejo da ICAP Brasil.

Presença mobile é importante

Após conquistar uma base de cerca de 250 mil cadastrados nos últimos cinco anos, o objetivo do WinTrade, da Alpes Corretora, é focar nos associados que não utilizam o serviço com frequência. Uma das formas de gerar esse relacionamento foi o concurso cultural realizado em 2011 pela comemoração ao quinto aniversário do home broker, que premiou três associados com viagens para destinos brasileiros.

“Procuramos estar presentes em todos os pontos de contato com os clientes para facilitar suas operações, oferecendo serviços que atendam desde o investidor iniciante ao mais experiente. Para proporcionar mais comodidade aos investidores, lançamos em fevereiro deste ano o aplicativo para iPhone WinMobile, que permite realizar todas as transações do WinTrade pelo celular. No próximo semestre, a ferramenta ganhará uma versão para o sistema Android”, afirma Edson Piovanni gerente de marketing da WinTrade.

O exemplo também é seguido pela concorrência. O MyCAP e o Rico já têm versões para iPhone e outros sistemas operacionais. A iniciativa é mais um dos esforços das corretoras para tornar cada vez mais acessível o serviço, captando novos clientes para alcançar a meta proposta pela Bovespa de ter cinco milhões de brasileiros operando na Bolsa de Valores até 2014. Resta ainda pouco tempo e um longo caminho para superar os 568.959 atuais operadores pessoa física que atuam hoje na Bolsa.

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