Painel “Saturados: prazer, conexão e consumo. Como os jovens estão lidando com os estímulos”, realizado no Rio Innovation Week (Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 12 de agosto de 2025 às 18h01.
Última atualização em 12 de agosto de 2025 às 19h14.
A geração Z sai menos e mais cedo. Fica mais em casa e encontra nas redes sociais um importante ponto de conexão. As festas, para eles, acontecem à tarde, muitas vezes em cafeterias. Valorizam a saúde, evitam excessos e procuram equilíbrio, até mesmo nos estímulos que trazem prazer.
Com todas as nuances que pode haver quando se fala de toda uma geração, que vai de regionalismos a situação socioeconômica, esse é um retrato comportamental mais ou menos file dos jovens de hoje, em contraste com valores e atitudes da geração de seus pais.
E como marcas líderes nas categorias de bebida e alimentação estão repensando suas narrativas para se manter relevantes diante de um público que espera mais do que produtos? Que procura posicionamento, responsabilidade e autenticidade?
Esse foi o tema do painel “Saturados: Prazer, conexão e consumo. Como os jovens estão lidando com os estímulos”, realizado hoje no Rio Innovation Week, evento de inovação que acontece no Rio de Janeiro e do qual a EXAME é parceira de mídia.
O debate foi mediado pelo editor Ivan Padilla e contou com a participação de Flávia Molina, CMO da Camil Alimentos, e Guilherme Martins, VP de Inovação e Marketing da Diageo.
“A indústria de bebidas criou a onda do drinque, isso foi proposital, para favorecer os momentos de conexão, de compartilhamento”, diz Martins. “E é isso o que propomos, a celebração das pessoas, dentro de um equilíbrio. Essa é a palavra-chave.”
Um ponto do debate foi como a conectividade em excesso vem definindo o comportamento desses jovens. Ao mesmo tempo que é uma poderosa ferramenta de conexão, a tela pode ser uma barreira para encontros pessoais e seus momentos de celebração.
Para Molina, a onda hoje de cozinhar ajuda a disseminar o conceito de afetividade. A Camil tem entre suas marcas o açúcar União e o café Seleto, além de linhas com o próprio nome de arroz e feijão, entre outros. “As pessoas antes aprendiam a cozinhar com o livro de receitas. Hoje, assistem vídeos no TikTok”, diz.
Com outras indústrias, bebidas e alimentos vêm comunicando prazer com consciência, promovendo moderação sem parecer moralista e entendendo os códigos de uma geração que está redesenhando as regras do consumo. Algo que não deve mudar tão cedo. “A busca pelo equilíbrio ainda não está em seu ponto ideal. Ainda chegaremos nesse momento”, diz Martins.