Para preparar a sociedade para os betas, devemos continuar a investir em tecnologias educacionais que promovam o aprendizado interativo e personalizado (Agência/Thinkstock)
Redação Exame
Publicado em 27 de janeiro de 2025 às 20h00.
*Por Carolina Belingieri e Tiago Cunha
A geração beta, que começa a nascer oficialmente neste ano, sucederá aos nascidos entre 2010 e 2024, conhecidos como geração alpha. A transição ocorre em um momento crucial, quando lidamos com o fim da pandemia, um ambiente onde a inteligência artificial (IA) e as realidades virtuais são predominantes, e o mundo enfrenta desafios climáticos e conflitos globais. Os alphas já nos oferecem valiosas lições que podem nos ajudar a entender o que esperar da próxima geração.
Crescidos em um mundo de touchscreen e tecnologias emergentes, como machine learning e IA, desde cedo essas crianças utilizam dispositivos eletrônicos para aprendizado e entretenimento, desenvolvendo habilidades tecnológicas avançadas.
Segundo a pesquisa do Grupo Alexandria, 87% das crianças da geração alpha utilizam dispositivos eletrônicos para aprendizado, o que facilita a inovação e a adaptação a novas tecnologias. Essa familiaridade pode servir como base para os betas, que experimentarão um novo nível de integração tecnológica, com redes sociais avançadas e realidades virtuais fazendo parte importante de suas rotinas diárias.
Pelo viés de consumo, podemos considerar que estes serão consumidores expostos a um altíssimo nível de personalização, advindos de uma leitura de dados extremamente precisa, que impulsionará um nível profundo de hiper conveniência na formação dos crivos de compras.
Tratando de diversidade, os alphas crescem em um ambiente altamente globalizado, o que aumenta sua tolerância e aceitação de diferentes etnias, culturas e orientações sexuais. Noventa por cento das famílias dessa geração já são expostas a uma diversidade cultural significativa, promovendo a inclusão e a construção de uma sociedade mais justa. Essa abertura é essencial para preparar a sociedade para os betas, que viverão em um mundo ainda mais interconectado.
A ênfase no bem-estar e na saúde mental também é essencial para estes, que crescerão totalmente conectados, vivendo em um ambiente potencialmente estressante. Promover práticas de bem-estar pode ajudar a próxima geração a lidar com os desafios emocionais e psicológicos.
Outro ponto é a consciência ambiental: a geração alpha está altamente consciente das questões climáticas e esperam que as marcas adotem práticas sustentáveis. 74% das crianças brasileiras já apresentam preocupações com autocuidado e veem a sustentabilidade como uma responsabilidade pessoal e coletiva. Essa consciência ambiental é vital para os betas, que enfrentarão desafios ainda maiores.
Para preparar a sociedade para os betas, devemos continuar a investir em tecnologias educacionais que promovam o aprendizado interativo e personalizado. A experiência dos alphas com dispositivos eletrônicos e plataformas digitais pode servir como base para desenvolver ferramentas educacionais ainda mais avançadas. A promoção do bem-estar e da saúde mental também deve ser uma prioridade. Devemos criar ambientes que incentivem práticas saudáveis e ofereçam suporte emocional para ajudar a próxima geração a lidar com os desafios do mundo digital.
Os alphas nos oferecem valiosas lições sobre como integrar tecnologia, promover a diversidade, adotar práticas sustentáveis e cuidar do bem-estar e da saúde mental.
Ao aplicar esses aprendizados, podemos preparar a sociedade para a chegada dos betas, garantindo que estejam equipados para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades do futuro. A reflexão sobre essas questões é essencial para moldar um futuro melhor para todas as gerações. Ao final, percebemos que as sementes plantadas pelos alphas podem florescer em um mundo mais consciente e preparado para os desafios que os betas trarão.