A marca de absorventes Libresse fez um comercial britânico incrível que quebra com os modelos comuns de propagandas de higiene íntima feminina, cheios de requintes de fragilidade e tons pastéis.
O vídeo, chamado Blood (Sangue) mostra mulheres praticando diversos esportes e danças -- como skate, bike, boxe, futebol americano, corrida, alpinismo, surf e ballet -- e se ferindo em decorrência deles, com destaque para o sangue de seus machucados.
Tem até uma mulher amazona, montada num cavalo e com uma espada!
O cenário é majoritariamente escuro e as mulheres são retratadas de forma real, suadas e sem aquela feminilidade superficial e forçada comum em outros comerciais de absorventes.
Depois de mostrá-las olhando para o sangue em seus machucados, aparece a frase: "Nenhum sangue vai nos parar". E o vídeo segue com elas prosseguindo com o que estavam fazendo, com toda garra e força.
A frase é inteligente já que faz menção tanto ao tabu da prática de exercícios no período menstrual, como também ao estigma ruim, de descontrole, que é colocado em cima de mulheres que estão menstruadas.
A campanha publicitária foi criada pela agência britânica AMV BBDO e a direção foi feita por dois brasileiros Jones + Tino, da produtora Stink -- que tem outros comerciais que buscam quebrar padrões, como o Awake da nova coleção da C&A, lançado também neste ano no Brasil.
Por mais comerciais realmente empoderadores como este!
https://youtube.com/watch?v=sL2xE5kkL_Q
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1. Cultura do estupro
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1/15 (Reprodução)
São Paulo - No meio da polêmica sobre o chocante caso de uma
adolescente estuprada por 30 homens no Rio de Janeiro, sobram acusações sobre "quem seria o responsável" por tal crime e quem "incentivaria" a cultura do estupro em nossa sociedade. Até para a música funk já sobraram xingamentos. Entre muitas dúvidas, uma coisa é certeza: a culpa nunca é ou será da mulher. Não há justificativa cabível em nenhuma circunstância para esse tipo de crime. Já entre os muitos fatores que contribuem para a criação de uma cultura de violência contra a mulher (e, depois, a relativização e banalização desses crimes), estão as milhares de horas de filmes, seriados, comerciais e músicas que tratam essa violência como algo legítimo. No mundo da
publicidade, não é diferente. Ao longo dos anos, foram dezenas de polêmicas envolvendo anúncios que acabaram acusados de promover mensagens sexistas e que, de certa forma, glamourizavam o estupro. E nem falamos aqui dos anos 50 e 60, quando anúncios sexistas eram tão difundidos que pareciam ser a regra. São casos recentes, do século 21.
Confira, nas imagens, 13 exemplos de casos polêmicos de anúncios acusados de promovorem a violência contra a mulher.
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2. 1. Skol
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2/15 (Reprodução/Facebook)
A campanha de Carnaval da
Skol de 2015 errou feio quando criou diversas peças que foram espalhadas pelas ruas de São Paulo. Em um dos cartazes, havia o mote "Esqueci o 'não' em casa". A ideia era falar das pessoas mais "livres" nas festas carnavalescas, algo como um "permita-se". Mas, para muita gente, pareceu uma mensagem que incentivava o assédio sexual e o estupro - e ainda envolvendo bebida alcoólica. A marca acabou pedindo desculpas e trocando as frases, dessa vez com mensagens que falavam claramente sobre respeito e consentimento.
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3. 2. Calvin Klein
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3/15 (Reprodução)
Esse anúncio de 2010 da
Calvin Klein foi acusado de promover uma imagem de "gang rape" ao mostrar uma mulher dominada por três homens. Na Austrália, a propaganda foi banida.
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4. 3. Dolce & Gabbana
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4/15 (Reprodução)
O anúncio de 2007 da
Dolce & Gabbana foi duramente criticado quando apareceu pela primeira vez. Em anos recentes, foi "relembrado" durante um reality show americano e mais críticas vieram. Na imagem, uma mulher é segurada à força por um homem, enquanto outros observam. Ainda há outras versões da mesma campanha, mas em todas há um sentido de submissão e poder. A marca teve de pedir desculpas e, em muitos países, o anúncio foi retirado.
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5. 4. Lola Cosmetics
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5/15 (Reprodução)
Um produto da marca Lola Cosmetics causou uma polêmica na internet brasileira em 2015. A marca lançou um removedor de maquiagem da linha "Oh! Maria" chamado "Boa Noite Cinderela". A ideia era fazer alusão ao fato de que a mulher que tirar a maquiagem está indo, muito provavelmente, dormir. Mas claro que a frase acabou criando uma referência ao golpe "Boa Noite, Cinderela", que consiste em drogar uma vítima para depois estuprá-la.
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6. 5. Bud Light
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6/15 (Reprodução)
Nos EUA, a
Bud Light criou, em 2015, um novo rótulo que trazia a frase "The perfect beer for removing 'No' from your vocabulary for the night". Ou seja: "a cerveja perfeita para remover o 'não' do seu vocabulário para a noite". A ideia da campanha era similar à da Skol: "permita-se". Mas acabou sofrendo duras críticas por remeter ao estupro.
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7. 6. Polícia da Hungria
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7/15 (Balazs Mohai/Bloomberg/Getty Images)
A intenção da polícia da Hungria parecia boa. O vídeo "You Can Do Something About It, You Can Do Something Against It" ("Você pode fazer alguma coisa sobre isso, você pode fazer alguma coisa contra isso") fazia parte de uma campanha contra o estupro e a violência contra a mulher. Mas o anúncio acabou piorando a situação que visava combater. O comercial falava que, para evitar os ataques, as mulheres deveriam se "comportar": parar de beber, não flertar, não sair na rua com roupas "sugestivas", não dançar de "modo sugestivo". Ou seja, colocando a culpa nelas em um eventual ataque. Um desastre. O vídeo, de 2014, foi excluído do YouTube após a polêmica.
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8. 7. Ministério da Justiça
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8/15 (Reprodução/Twitter/@TuiterMarginal)
Em 2015, o
Ministério da Justiça tentou falar dos perigos do consumo excessivo de álcool. Mas usou as palavras erradas. Escreveu "bebeu, perdeu". E escolheu uma foto de uma mulher para ilustrar o caso. Claro: o "conselho" pareceu um incentivo (ou uma justificativa) ao estupro. O governo teve de pedir desculpas.
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9. 8. Gucci
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9/15 (Reprodução)
Essa campanha da
Gucci causou polêmica por causa da situação da foto, onde um homem "domina" uma mulher e parece bater nela. A imagem foi acusada de criar uma situação de "possível violência".
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10. 9. Belvedere
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10/15 (Reprodução)
Esse anúncio de 2012 da vodka Belvedere foi duramente criticado. A imagem mostra claramente uma mulher desesperada tentando fugir de um homem. A frase diz que, ao contrário de algumas pessoas, a vodka sempre desce suavemente (ou seja, não insiste ou reluta). Em inglês, "goes down" é uma gíria que remete ao sexo oral.
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11. 10. Relish
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11/15 (Reprodução)
Esse anúncio da marca italiana Relish, de 2009, foi criticado por mostrar uma abordagem policial onde os agentes molestam as mulheres. A imagem mostra a orla carioca. E os policiais vestem a farda da corporação do Rio de Janeiro.
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12. 11. Duncan Quinn
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12/15 (Reprodução)
A marca nova-iorquina de ternos Duncan Quinn criou, em 2008, um anúncio onde uma mulher (com roupas de baixo) parecia estar sendo enforcada com uma gravata. Já o homem responsável por isso sorri para a câmera. Claro que a marca foi duramente reprimida.
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13. 12. Valentino
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13/15 (Reprodução)
Esse anúncio de 2010 da
Valentino mostra uma mulher de vestido dominada no chão por dois policiais. O pé no pescoço da modelo chocou quem viu o anúncio.
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14. 13. Fluid
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14/15 (Reprodução)
Um anúncio do salão de belezas Fluid, no Canadá, causou bastante barulho em 2011. A série de anúncios trazia diversas imagens de situações ruins ou desagradáveis. Mas maquiagem e cabelo estavam impecáveis. A ideia era dizer algo como "o que importa é que você está bem arrumado". A foto que causou polêmica traz uma mulher de olho roxo, enquanto o marido, atrás dela, só observa. O salão acabou pedindo desculpas.
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15. Agora confira os anúncios proibidos pelo Google
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15/15 (Reprodução)