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Com 108 milhões de clientes pagantes, Spotify vai testar versão mais cara

Preços mais altos podem acalmar as empresas de música, que questionam por que o Spotify não aproveita sua posição de líder de mercado para aumentar as taxas

SPOTIFY: maior serviço de streaming de música paga do mundo (Christian Hartmann/Reuters)

SPOTIFY: maior serviço de streaming de música paga do mundo (Christian Hartmann/Reuters)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 17 de agosto de 2019 às 09h05.

Última atualização em 17 de agosto de 2019 às 09h05.

O Spotify planeja vender uma versão mais cara de seu serviço de música na Escandinávia, um teste que vai indicar se a empresa tem como aumentar os preços em outros mercados, segundo pessoas a par do assunto.

O Spotify elevará o preço de seu plano familiar em cerca de 13%, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas porque o aumento ainda não foi anunciado. O teste não significa que o Spotify aumentará os preços em outros lugares ou que o novo preço será permanente na Escandinávia, disseram. A empresa não quis comentar.

O aumento dos preços pode impulsionar a receita em mercados onde o Spotify já tem uma forte presença. A empresa tem sede em Estocolmo, e seu serviço de música domina todo o norte da Europa. O plano familiar custa atualmente cerca de US$ 15 por mês e permite que até cinco pessoas usem o serviço. O Spotify também testou um plano chamado Premium Duo, que oferece duas assinaturas por 12,49 euros (US$ 13,91) por mês.

Preços mais altos podem ajudar a acalmar as empresas de música, que se queixam da queda da receita por usuário e questionam por que o Spotify não aproveita sua posição de líder de mercado para aumentar as taxas. O preço médio pago pelos assinantes do Spotify diminuiu por alguns anos devido aos descontos para atrair novos clientes e ao uso crescente de planos familiares.

Com 108 milhões de clientes pagantes, o Spotify é o maior serviço de música paga do mundo, e é improvável que perca essa liderança em breve. A empresa diz que está crescendo mais rápido do que seu maior concorrente, o Apple Music, que também cobra US$ 15 por mês por um plano familiar e tinha cerca de 60 milhões de clientes em meados do ano.

Mas o Spotify ainda perde dinheiro. A empresa reluta em aumentar os preços porque ainda está em fase de crescimento, contando com os descontos para segurar os clientes e atrair novos à medida que as pessoas se acostumam com a reprodução sob demanda. Embora a empresa tenha crescido rapidamente, apenas uma minoria de ouvintes de música em todo o mundo adotou a tecnologia, e os executivos do Spotify disseram que o mercado potencial é de pelo menos 1 bilhão de pessoas.

Maiores Mercados

América do Norte, América Latina e Europa respondem por mais de 80% da base de clientes do Spotify. A empresa está apostando bastante na Ásia, onde tem oferecido seu serviço a preços baixos para competir com concorrentes locais e alternativas gratuitas, como o YouTube.

O Spotify também está sob pressão da concorrência. Oferece mais ou menos o mesmo produto que Apple, YouTube e Amazon.com -- milhões de músicas disponíveis sob demanda --, além de playlists e podcasts.

Mas Apple, YouTube e Amazon não precisam ganhar dinheiro com música. Essas empresas podem usar seus serviços de música para vender outros produtos de forma lucrativa, sejam iPhones, publicidade ou papel higiênico. O Spotify não pode se dar ao luxo.

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