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Bordados do México seduzem a prestigiosa grife Hermès

Marca internacional manifestou seu desejo de trabalhar com "os melhores artesãos do México"

Artesanato otomí: projeto entre fabricantes do tenango e Hermès nasceu há 3 anos (Marrovi/Wikimedia Commons)

Artesanato otomí: projeto entre fabricantes do tenango e Hermès nasceu há 3 anos (Marrovi/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2011 às 14h17.

Cidade do México - Coloridos e vistosos bordados mexicanos dos indígenas otomíes conseguiram seduzir a alta costura francesa e agora compartilham seu design exclusivo com os lenços de seda da prestigiada grife francesa Hermès.

A meta da grife é que o mundo conheça os bordados ancestrais de "tenango", pertencentes à comunidade de San Pablo el Grande, em Tenango de Doria, localizada no estado de Hidalgo e na qual vivem menos de mil habitantes.

Os bordados tenangos são inspirados na cultura pré-hispânica otomí, que entre suas preferências e costumes estava conviver em meio a um entorno natural.

O projeto nasceu há três anos, depois que a marca internacional manifestou seu desejo de trabalhar com "os melhores artesãos do México" e escolheu os de Tenango, explicou à Agência Efe a diretora de Comunicação da Hermès México, Iveth Lagos.

Por meio do Museu de Arte Popular (MAP), contatou Vicente Ezequiel, o único artesão indígena que ainda domina a técnica do desenho para os bordados tenangos, e com a bordadeira Elia Tolentino, e ambos aceitaram o projeto com a intenção de poder fazer algo por sua comunidade, segundo a executiva.

O maior sonho dois é "promover melhorias na escola de San Pablo el Grande e gerar mais condições à comunidade", relata Iveth.

O grupo de artesãos, que agora também é integrado pela avó, uma tia e uma filha de Elia, desenvolve suas tarefas de bordado no período entre a tarde e a noite.


Eles estão "pensando na renda que vão obter pelos direitos de venda destas peças, com a qual querem construir a médio prazo um lugar que impulsione a atividade do artesanato e se transforme em um centro de negócio", acrescenta.

Os artesãos mexicanos sobrevivem em condições de pobreza, e Tenango de Doria não é exceção.

A equipe otomí, ou ñahñu, como se denomina em sua própria língua, viajou na quinta-feira passada para Cidade do México para comparecer à apresentação dos desenhos e promover os lenços em nível internacional.

Durante a cerimônia, os artesãos mostraram suas grandes habilidades de desenho e bordado e também manifestaram sua alegria e orgulho de apresentar parte de sua cultura, costumes e tradições.

O desenho, denominado "Din tini yä zuë", que em otomí significa "o encontro do homem com a natureza", conta com dois tipos de bordado, mais conhecidos como bordados tenando, em homenagem à localidade, e será apresentado em nove cores, detalha Lagos.

Estampas bastante coloridas, inspiradas na flora e fauna de sua terra, assim como em rituais de interação com a natureza como a colheita, a semeadura e os rituais para pedir chuva. Outros detalhes são cenas de celebrações como casamentos e carnaval, relata um porta-voz do Museu de Arte Popular.

"O artesão mexicano utiliza criatividade e diversidade em seus trabalhos e atualmente está sendo reconhecido não apenas no México, mas no mundo todo", afirmou.

A Hermès considera este projeto "uma homenagem" aos habitantes da localidade. Além disso, através de sua fundação, estuda criar novos projetos que utilizem o artesanato de outras regiões mexicanas e de outros países.

"Compartilhamos o interesse de preservar e transmitir de geração para geração técnicas ancestrais que dão como resultado produtos de excelência", especificou a executiva.

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