Vista do novo Santiago Bernabéu, reformado pelo Real Madrid; estádio ganhou teto retrátil, terraço 360° e novos espaços de hospitalidade (Reprodução/Bernabéu)
Redação Exame
Publicado em 20 de abril de 2025 às 10h00.
O Santiago Bernabéu, estádio do Real Madrid, foi palco do jogo de volta das oitavas de final da Champions League contra o Arsenal na última quarta-feira, 16. A arena passou por uma reforma de quatro anos, com investimento de R$ 4,8 bilhões, que ampliou sua capacidade para 84 mil lugares e implementou estruturas voltadas à experiência do público e ao aumento de receita.
Entre as mudanças estiveram o teto e o gramado retráteis, um terraço com vista 360°, novas áreas de lazer e galerias comerciais. Uma das entregas mais recentes foi o espaço VIP-Corporate Hospitality, inaugurado em abril no décimo andar do estádio. O ambiente tem 600 m², ofereceu serviço de catering gourmet a partir de uma hora e meia antes da partida, além de atendimento personalizado e visão panorâmica do campo.
“As recentes reformas e construções das arenas fortaleceram ainda mais a tendência dos espaços premium. O Santiago Bernabéu, por exemplo, deixou de ser apenas a casa do Real Madrid e passou a ser também um ponto turístico da cidade”, diz Léo Rizzo, CEO da Soccer Hospitality, que opera camarotes em arenas brasileiras.
Nos dias sem partidas, o camarote funciona como restaurante de alta gastronomia japonesa, em parceria com a rede 99 Sushi Bar. Os ingressos podem ser adquiridos de forma avulsa ou por temporada. Os valores variam conforme o jogo, partindo de mil euros, cerca de R$ 6 mil, com pacotes que incluem hospedagem em hotel próximo ao estádio.
Além do novo espaço, o Bernabéu manteve outros seis camarotes de luxo e todas as arquibancadas cobertas. “As mudanças permitiram que o Real Madrid proporcionasse um ambiente confortável e moderno para seu torcedor, recebendo de volta um crescimento em suas receitas”, analisa Fábio Wolff, especialista em marketing esportivo e sócio-diretor da Wolff Sports.
O projeto reforçou a tendência global de transformação dos estádios em centros multifuncionais, com foco na geração de receita contínua, mesmo em dias sem partidas. A estratégia busca diversificar os usos das arenas e atrair novos perfis de público.
No Brasil, arenas seguiram caminho semelhante. O Allianz Parque, em São Paulo, é um dos principais exemplos. Além das arquibancadas, o estádio conta com espaços premium, como o camarote Fanzone, administrado pela Soccer Hospitality, que oferece open bar, open food, música ao vivo, estúdio de tatuagem e serviços personalizados.
Outro espaço do Allianz é o Parque Mirante, localizado no rooftop do estádio. O local funciona como camarote em jogos e shows, mas também pode ser alugado para eventos corporativos e sociais. A arena ainda abriga três restaurantes com funcionamento diário: La Coppa, de gastronomia italiana; Braza, especializado em carnes; e Nagairô, de culinária japonesa.
No interior paulista, a Arena Nicnet, em Ribeirão Preto, é a única no país a abrigar uma unidade do Hard Rock Cafe. Localizado na casa do Botafogo-SP, o espaço recebe mais de 5 mil pessoas por ano e exibe peças originais de bandas como Kiss, Pearl Jam e Deep Purple.
Com a realização da partida entre Real Madrid e Arsenal, o modelo de hospitalidade praticado pelo clube espanhol voltou a ganhar destaque, apontando caminhos para o marketing esportivo global e reforçando a experiência como diferencial competitivo.